Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus criado em Santana, o segundo maior município amapaense, não tem apenas profissionais da saúde em sua composição. Policiais como a delegada Luíza Maia, da 2ª Delegacia da Polícia Civil, faz parte do grupo.
Em Santana, apesar dos 330 casos confirmados da doença e 9 óbitos, a delegada acredita que a população parece ainda não dar a devida importância ao problema.
Qual será a função do comitê?
A função do comitê é agregar pessoas, forças policiais, forças administrativas, com o objetivo de enfrentamento ao covid-19, tentando levar uma conscientização da população, principalmente no que tange ao isolamento social, que é hoje o que o comitê entende que é a principal maneira de se evitar a proliferação do vírus na cidade de Santana.
Como a senhora avalia as medidas do poder público para combater a doença em Santana?
Avalio as medidas como positivas, pois essas são medidas incisivas, diretas, considerando as medidas de restrições, que é o que temos hoje para evitar essa proliferação. Elas buscam levar a uma conscientização, demonstrar ao cidadão santanense que nós precisamos da cooperação dele.
Feira movimentada em Santana, apesar de decreto de restrição. Foto: Fernando Santos
Como a senhora avalia o comportamento da população em relação a essas medidas?
O comportamento da população ainda é um problema. Parece que ainda não entendeu o perigo que está correndo. O perigo próximo, o perigo ao lado. A população ainda acha que nunca vai acontecer com ela, com aquela pessoa, que não vai pegar o vírus, que está alheia ao problema. E é um problema de todos, lamentavelmente.
Eu avalio que a população ainda não entendeu esse perigo, e não entendeu que se ele não colaborar e não aceitar as medidas restritivas e não tomar os cuidados, ele vai levar a contaminação até pra dentro da sua própria casa, para os seus entes queridos.
Qual será o papel dos delegados no comitê?
É manter a ordem, a legalidade, durante a ação de fiscalização. Esclarecer para o cidadão a importância das medidas restritivas. Caso ele não as mantenha, a sanção que ele poderá sofrer da polícia e posteriormente do judiciário. Em Santana, os delegados designados para se juntarem ao comitê, além de mim, foram os delegados Nicolas Barbosa, Danilo Brito e Kane Galaxy.
Já existem policiais civis de Santana contaminados? Quantos? Qual o estado de saúde deles?
Os sintomas são vários e podem ser confundidos. Temos sido assistidos por médicos e na PC as pessoas de grupo de risco, como diabéticos e pessoas acima de 60 anos, foram afastadas das funções. Quem sente qualquer sintoma, é levado para consulta.
Não há nenhum caso confirmado, mas agentes com suspeita já foram isolados para a investigação médica.
HE de Santana durante desinfecção
A senhora já se adaptou ao uso da máscara?
A máscara não deixa de ser um incômodo. Eu quando saio de casa já saio com a máscara e as luvas na maioria das vezes. Ela já parece ser parte do meu uniforme, da minha vestimenta pra ir pro meu trabalho, pra irmos para a fiscalização e até mesmo quando não estamos na fiscalização, ou na própria 2ª DP que não parou. Comigo posso dizer que já houve uma aceitação, de entender que ela é extremamente necessária.
O que a senhora acha que ficará de bom quando essa pandemia passar?
Acredito que a união. A união das instituições, dos órgãos. Veja, o comitê une Defesa Civil, Polícia Civil, Militar, o secretariado, os órgãos da saúde em geral e em sua totalidade. Nosso slogan é “unidos seremos mais fortes”.
Te respondo essa pergunta com essa palavra: união, que só com a cooperação, integração é que podemos ser mais fortes que a covid-19. Só juntos vamos combater isso que está vindo contra nós, por uma Santana melhor e por um futuro melhor.