Adulto e adolescente são indiciados por morte de amigas em naufrágio

O acidente, que vitimou as jovens Raylane Silva e Suelen Ferreira, ocorreu no último dia 14, no Rio Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa, a 600 km de Macapá.
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Um adulto e um adolescente foram os responsáveis pelo naufrágio de uma pequena embarcação que resultou nas mortes de duas jovens, concluiu a Polícia Civil do Amapá.

O acidente, que vitimou as amigas Raylane Silva e Suelen Ferreira, ocorreu no último dia 14, no Rio Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa, a 600 km de Macapá.

Corpo de uma das jovens é encontrado. Foto: Divulgação

O inquérito foi conduzido pelo delegado Átila Rodrigues, do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) de Oiapoque. Segundo ele, um grupo de 13 adultos e 2 crianças foi ao local, uma região entre o Amapá e a Guiana Francesa, para um passeio. Era domingo.

Quando o grupo retornava, o barco de alumínio virou em um trecho de corredeiras. Raylane Silva e Suelen Ferreira foram as únicas que desapareceram nas águas do Rio Oiapoque. Os outros passageiros foram salvos por populares em outras embarcações que passavam pelo local.

Delegado Átila comandou a investigação

Os corpos de Raylane e Suelen só foram encontrados dois dias depois, já na terça-feira (16), por bombeiros. Um dos corpos foi localizado próximo ao porto pertencente a uma empresa e outro nas adjacências da base do Exército Brasileiro, em Clevelândia, região na fronteira com a Guiana Francesa.

Cavalo de Pau

O que parecia ser inicialmente um acidente provocado pela força das corredeiras no trecho, na verdade ocorreu por uma série de irregularidades identificadas pela investigação.

“Um dos investigados levou algumas pessoas ao local mesmo sem ter habilitação pra conduzir a embarcação. Em seguida, ele entregou a embarcação ao adolescente para que retornasse à cidade e buscasse mais oito pessoas. Ao fim do passeio, o adolescente, que estava alcoolizado e pilotava a embarcação, foi dar um cavalo de pau e ela virou. Duas mulheres ficaram desaparecidas e foram encontradas sem vida dois dias depois”, explicou o delegado Átila.

Suelen era estudiosa e sonhadora. Fotos: Divulgação

Ele enquadrou o adolescente por ato infracional análogo aos crimes de homicídio com dolo eventual, atentado contra a segurança fluvial qualificada pelo naufrágio, e infração de medida sanitária preventiva – por descumprimento do decreto municipal de quarentena, que proíbe aglomerações.

Já o adulto que entregou a embarcação ao adolescente foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual, atentado contra a segurança fluvial qualificada pelo naufrágio, infração de medida sanitária preventiva, além de corrupção de menores.

Até a esposa do adulto responsável pela embarcação foi indiciada. Segundo a polícia, ela deu bebida alcoólica ao adolescente. Além disso, responderá por descumprir a quarentena.

Raylane era vaidosa e…

… adorava ir a passeios em praias

Nem os passageiros adultos ficaram de fora da investigação. Eles todos responderão por descumprir o decreto de quarentena. A polícia não divulgou os nomes dos envolvidos.

Amizade

Raylane e Suelen era muito amigas. Gostavam sempre de passear juntas. Quando não estavam uma do lado da outra, conversavam por aplicativo de mensagens instantâneas e visitavam a família uma da outra. A morte delas causou grande comoção na cidade de Oiapoque.

Seles Nafes
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