Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O epidemiologista Patrício Almeida, da Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS), alerta que tabagismo, consumo de álcool e outras drogas, são um elemento de risco para pessoas que possam vir a contrair o vírus SARS-CoV-2, o novo coronavírus.
Segundo o pesquisador, o álcool é um imunodepressivo, ou seja, os componentes encontrados em bebidas destiladas e fermentadas, atacam a capacidade do organismo de reagir contra o vírus invasor.
“O hospedeiro, o ser humano, tem a sua defesa inata e aquela que adquire durante sua vida. O álcool ataca e diminui essas possibilidades do próprio organismo. Veja bem, a pessoa irá tomar vários remédios e precisará do seu fígado funcionando corretamente, o álcool também irá atacar esse órgão”, explicou Patrício.
Glamourização das drogas
Patrício salientou que há uma “glamourização” e apologia ao uso das drogas lícitas, essencialmente o álcool, mas também o cigarro. Quanto às drogas ilícitas, ele afirmou que qualquer droga prejudica o organismo e a defesa da pessoa.
“O cigarro também é um imunodepressivo, diminui a vitalidade e elasticidade dos vasos artérias e atinge o sistema respiratório, precisamente onde o vírus SARS-CoV-2 pode atacar e levar à óbito, nos pulmões. Se a indústria de cigarros realmente quisesse ajudar, fechariam suas fábricas”, declarou.
Apesar de não existirem estatísticas oficiais já registradas, Patrício afirma que tem sido comum encontrar em pacientes com agravamento no quadro de saúde, o elemento de serem tabagistas ou consumirem álcool regularmente.
Ele alerta que, neste período de quarentena, muitas pessoas tem ficado ansiosas com o isolamento e buscado um escape no consumo álcool.
Recentemente órgãos de controle coibiram a realização de shows de artistas de renome nacional com o consumo de bebidas alcoólicas, nas chamadas “lives”, as transmissões on line.
“É hora de pensar em defender a sua vida, ser mais saudável, enfrentar o tabagismo, fazer exercícios físicos. É uma ótima oportunidade para mudar de hábitos”, finalizou o epidemiologista.