Com marca na mão, mulheres vítimas de violência poderão pedir ajuda em farmácias

Campanha de "denúncia silenciosa" conta com apoio de conselhos de farmácia que irão orientar estabelecimentos
Compartilhamentos

Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Na tarde desta quarta-feira (10), o desembargador Carmo Antônio de Souza lançou, em conferência pela internet com a imprensa, a campanha “Sinal vermelho contra a violência doméstica”, uma ação nacional da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A ideia é oferecer às mulheres mais um canal em que possam denunciar abusos e violências físicas e psicológicas. Para isso, a mulher pode fazer uma marca vermelha, um “x”, em uma das mãos e mostrar na hora em que estiver sendo atendida por algum funcionário de qualquer farmácia.

Desembargador Carmo Antônio de Souza: objetivo é garantir às vítimas uma denúncia silenciosa. Imagem: divulgação/Tjap

O farmacêutico ou funcionário, ao perceber o pedido de socorro silencioso, marcado na palma das mãos, conduzirá a cliente até as salas reservadas onde são feitas coletas de exames e outros serviços. Após isso, o funcionário ligará para o 190, cujo o comando da Polícia Militar do Estado do Amapá já se comprometeu a atender com a maior celeridade possível casos como do tipo.

Os farmacêuticos e todos os demais funcionários serão orientados a seguir um protocolo, cujo treinamento será repassado através de vídeos tutoriais. Essa ação é possível porque o Conselho Federal de Farmácia (CFF) e, aqui no Amapá, o Conselho Regional de Farmácia (CRF), são parceiros da iniciativa. Todas as farmácias amapaenses irão participar.

Carmo Antônio está atuando como Coordenador Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, pelo Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), e comentou a importância da campanha.

“Constou-se, que houve um aumento considerável da violência, porque as pessoas passaram a conviver mais no mesmo espaço e nós sabemos que a divisão do mesmo espaço em determinadas circunstâncias é fator que acaba trazendo diversas consequências não positivas e uma delas, infelizmente, foi esse aumento da violência”, declarou Carmo Antônio.

Amapá registra queda em casos de violência contra mulher durante a pandemia. Ampliar canais de denúncia é fundamental para manter tendência, avalia o Tjap. Fotos: Reprodução/Dicom (arquivo)

Violência contra a mulher no Amapá diminuiu

O Amapá não seguiu a tendência nacional de aumento da violência contra a mulher. Os dados são que em 2019, de janeiro a junho, foram registrados 532 casos de violência contra a mulher. Em 2020, no mesmo período e, portanto, durante os períodos de isolamento social, este número caiu para 428.

“O curioso é que no Estado do Amapá, não se seguiu a onda nacional. Nós não sabemos explicar ainda o porquê, mas em verdade no Estado do Amapá o índice de violência doméstica e familiar contra a mulher reduziu nesse período. Então, é um bom sinal”, declarou Carmo Antônio.

Também participaram da coletiva com a imprensa a juíza Michelle Farias e o juiz Normandes Sousa, dos juizados de violência de Macapá e Santana, respectivamente.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!