Por SELES NAFES
Depois de divulgar um vídeo no Facebook e promover ofensas num programa de televisão, a suplente de deputado federal Patrícia Ferraz (Pode) decidiu intensificar os ataques a jornalistas do Amapá, numa estratégia que parece buscar a identificação dela com eleitores e políticos mais radicais.
Em seu perfil no Twitter, ela escreveu que “aqui no Amapá também somos perseguidos”, e marcou na postagem o jornalista Roberto Cabrine (SBT), o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).
Na mesma postagem, ela publicou um vídeo onde faz graves ataques a honra de jornalistas que supostamente estariam reproduzindo notícias falsas a respeito dela.
“Se Deus quiser um dia eu sendo prefeita de Macapá, a teta de vocês vai estar seca porque eu não admito corrupção. Não sou da mesma laia que vocês”, disse ela em tom de ameaça, e quase gritando dentro de um carro em movimento.
Ontem (4), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas (Sindjor) condenaram os ataques da parlamentar.
Ano eleitoral
Patrícia Ferraz vem tentando desde 2010 ser eleita para cargos proporcionais, mas neste ano eleitoral decidiu ampliar o projeto. Nos últimos dias, ao mesmo tempo em que afirma não estar fazendo palanque político na pandemia, ela deixa claro no vídeo (vestida com EPI que protege da covid-19) que pretende disputar a prefeitura de Macapá, já que seu nome estaria “aparecendo em pesquisas”.
Nas redes sociais, ela tenta projetar uma imagem diferente, e adotou um visual que imita o de um fiscal. Usando uma blusa branca e uma jaqueta azul onde aparece escrito “Câmara dos Deputados”, ela tem percorrido unidades de saúde, e se deixa fotografar conversando com pacientes.