Por SELES NAFES
A Polícia Federal investiga a campanha de reeleição do deputado federal Vinícius Gurgel (PL-AP), e apura a participação de um empresário na organização do apoio a de moradores de um condomínio em troca de asfalto na eleição de 2018.
O inquérito gerou a Operação Chão de Vidro, que cumpriu no dia 4 de maio quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao parlamentar, incluindo a residência dele e do empresário, no bairro Brasil Novo. Na época da operação, no entanto, o nome do parlamentar não foi divulgado, e só veio à tona depois de duas decisões judiciais.
O parlamentar já teve negado dois pedidos de liminar para trancar a investigação, um no STJ e o mais recente no TRE do Amapá. A defesa do deputado alega que o inquérito não poderia ter sido autorizado por um juiz de primeira instância.
A PF afirma que o empresário, que não teve o nome divulgado, mora em um condomínio da zona norte de Macapá e teria organizado um “termo de apoio” fixado na portaria do empreendimento residencial.
A lista teria a finalidade de “angariar votos daqueles moradores/eleitores, sob a condição de pavimentação da via, antes das eleições. Ficou constatado, que a promessa de pavimentação estava atrelada à quantidade razoável de adesão dos moradores no comprometimento do voto”, escreveu a PF.
A polícia afirma ainda que a empresa do organizador do apoio assinou contrato para asfaltar ruas do município de Pracuúba. Os recursos para a obra de pavimentação (R$ 1,8 milhão) são de emenda do deputado Vinicius Gurgel.
A PF explicou que o nome da operação é uma referência a “teto de vidro”, expressão popular que significa que uma pessoa cometeu atos de desonestidade.
Procurado pelo Portal SelesNafes.Com para comentar a investigação e as duas decisões judiciais, Vinícus Gurgel ainda não respondeu. Desde dezembro do ano passado, o mandato dele é exercido ela suplente Patrícia Ferraz (Pode).