Por RODRIGO ÍNDIO
Familiares da jovem Letícia Maria da Costa Mendes, de 18 anos, vêm passando momentos de angústia em um hospital particular de Macapá. Com medo de perdê-la para a covid-19, seus pais tentam a transferência imediata para outra unidade.
Ela foi internada há 12 dias no Hospital Unimed Fama, na zona sul de Macapá, após ter contraído covid-19, pneumonia e ter 50% do pulmão comprometido. Ela tem a síndrome de down, é cardiopatia congênita, tem hipertensão pulmonar grave, síndrome de Eisenmenger (elevação da pressão pulmonar) e é usuária de oxigênio contínuo.
De acordo com a mãe, a professora Patrícia Galvão da Costa, o hospital onde Letícia Maria está internada não oferece tomografia, ecocardiograma, materiais para fazer exame PCR para covid e sorologia. Ela pondera outras situações adversas.
“Também não cobre um exame de sangue de R$ 200, o procalcitonina, para verificar o efeito das medicações e antibióticos. Custo esse que sai do bolso das famílias. Pagamos um plano de saúde caro, nacional e quando precisamos dos atendimentos internos por conta da situação dos pacientes não poderem se locomover, não há”, disse.
A professora conta, ainda, que quando sua filha precisou fazer um exame fora do hospital, a unidade orientou a família ir com a jovem – mesmo com soro aplicado ao braço e debilitada –, em um carro particular, devido à ambulância estar no “prego”. Ela considera as ações como desrespeito e já busca medidas legais.
“Entrei junto ao Ministério Público denunciando o plano Unimed Fama. Aguardo retorno do mesmo para transferência de minha filha para o Hospital São Camilo. Se eles não têm estrutura, devem, sim, cumprir com todas as necessidades que o paciente precisa dentro do hospital e, se não puderem, devem solicitar a transferência do paciente por custo do plano para terminar o seu tratamento”, comentou Patrícia.
A mãe garantiu que foi informada sobre o direito de transferência através de convênio na própria unidade hospitalar.
“Fiquei sabendo pela própria administração daqui do hospital sobre o nosso pedido de transferência e a mesma nós relatou que a Unimed tem convênio neurológico e cardiológico com o Hospital São Camilo. Logo, como cardiopata e beneficiária do plano, minha filha precisa urgente desta transferência. É direito do consumidor. Estamos desesperados”, desabafou a mãe.
Segundo Patrícia, a Unimed Fama negou a transferência. Conforme ela, a administração do hospital alegou que não é do interesse deles que a paciente saia.
“Temos medo que a situação dela venha piorar por conta das patologias. Ela não pode ficar se locomovendo. Não queremos perder nossa filha. Ela está precisando de transfusão de plaquetas, que está baixa. Peço ajuda da Justiça e do Ministério Público antes que o pior venha acontecer”, teme Patrícia.
O portal SelesNafes.com tenta contato com a Unimed Fama.