Por SELES NAFES
O comando geral da Polícia Militar do Amapá confirmou, no fim na manhã desta quinta-feira (18), a ocorrência de um suposto sequestro envolvendo dois policiais militares do Batalhão Ambiental. Um deles continua internado no Hospital de Emergência de Santana, onde deve passar por uma cirurgia para a retirada de projéteis.
A defesa dos policiais nega as acusações de extorsão e sequestro. O advogado Rosivaldo Araújo disse que só irá se posicionar publicamente depois de ter acesso ao depoimento do policial que está preso.
De acordo com a ocorrência da PM, por volta das 21h de ontem (17), o batalhão recebeu o chamado de uma família afirmando que um parente havia sido sequestrado por criminosos que exigiram um resgaste.
O pedido teria sido atendido, e o dinheiro foi colocado dentro de uma sacola plástica num cesto de lixo em um bairro da periferia de Santana. Os familiares informaram que tinham recebido o prazo de uma hora para cumprir a exigência.
No local e hora combinados, dois homens chegaram em um carro preto. Um homem desembarcou armado do veículo e começou a revirar o cesto de lixo. Eles não sabiam que o Bope já aguardava nas proximidades e foram surpreendidos por uma equipe da Rotam.
“Os policiais do Bope até então não sabiam que se tratavam de policiais do Batalhão Ambiental. Foi uma situação bem complexa”, comentou o chefe de Comunicação Social da PM, tenente Josiagab.
Os dois teriam tentado fugir, e os policiais do Bope abriram fogo. O soldado Luciano Ventura, do Batalhão Ambiental, apontado como a pessoa que desceu para buscar o dinheiro, foi preso em flagrante e apresentado na 1ª Delegacia de Polícia de Santana, de onde será encaminhado ainda hoje para audiência de custódia.
Um segundo suspeito que estava no carro, identificado como Luan Herick, soldado também do Batalhão Ambiental, foi baleado e levado para o hospital consciente e com os sinais vitais estáveis.
Na 1ª DP, o Bope apresentou o policial Ventura e registrou o caso como sequestro, extorsão e exercício arbitrário das próprias razões, o equivalente à fazer “justiça com as próprias mãos”.
A vítima de sequestro é acusada de roubar o celular da irmã de um dos policiais envolvidos na ocorrência, e também foi apresentado pelo 4º Batalhão da PM pelo crime.
“Assim como a Polícia Civil abriu inquérito para investigar o que houve, a Corregedoria da PM abriu procedimento para ouvir todos os policiais envolvidos, tanto o que são acusados como os policiais do Bope”, adiantou o tenente.