Por RODRIGO ÍNDIO
A Polícia Civil do Amapá se pronunciou nesta quarta-feira (24) sobre a morte de Marlindo da Silva Lopes, de 35 anos, que foi encontrado sem vida e com indícios de suicídio por enforcamento na carceragem do Centro Integrado em Operações de Segurança Pública (Ciosp) do Pacoval. A polícia trabalha com a hipótese de surto psicótico.
Marlindo foi preso após tentar assaltar um carro-forte e lutar contra seguranças da transportadora de valores na manhã desta terça-feira (23). Horas depois, antes do fim da tarde, foi achado morto em uma das celas do Ciosp – complexo de segurança pública que agrega várias delegacias de Polícia Civil.
Após a morte dele, muitas hipóteses sobre a motivação dos atos surgiram nas redes sociais. Apesar de algumas serem investigadas, os agentes do Estado pedem que os internautas não compartilhem fake news sem ter comprovação.
O diretor do Departamento de Polícia da Capital, delegado Roberto Prata, informou que a esposa de Marlindo pouco falou sobre ele estar passando por problemas psicológicos ou o que teria motivado atitude dele. Prata disse que mais pessoas serão ouvidas nos próximos dias.
“Outras testemunhas, seguranças, a esposa dele e outros familiares serão ouvidos em uma outra oportunidade, para darmos esclarecimentos para a população”, comentou.
O coordenador do Ciosp do Pacoval, delegado Ericlaudio Alencar, esclareceu porque o suspeito foi levado para uma carceragem do Estado tendo em vista a especulação de que a Polícia Federal teria assumido o caso ainda no local do incidente.
“Não se tratou de um crime contra um ente federal, se tratou de um crime comum e como se tratou de flagrante veio para esta delegacia. O delegado Wilker estava de plantão e tomou todas providências legais ao início do caso”, enfatizou o coordenador.
Sobre os indícios de suicídio, os delegados destacaram que uma das medidas para evitar que os presos atentem contra a própria vida é deixá-los apenas de cueca na cela, procedimento que foi adotado.
Mas, no caso de Marlindo, ele teria tirado a própria vida usando as ataduras do curativo feito no ferimento do braço, causado durante a luta corporal com os seguranças do carro-forte.
“Nós não podíamos tirar as ataduras dele porque é um procedimento médico e ele atentou contra a vida com as ataduras quando o seu companheiro de cela era ouvido”, ponderou o delegado Ericlaudio.
O coordenador do Ciosp também esclareceu sobre a possibilidade do estado mental de Marlindo tê-lo levado a cometer a tentativa de assalto e o provável suicídio.
“Apuramos o crime em si e as redes sociais estão cheias de familiares afirmando que ele estava com um grande problema de depressão, era uma boa pessoa, que num momento de transtorno cometeu esse ato insano, foi trazido para cá e atentou contra a própria vida”, detalhou Ericlaudio.
Os delegados disseram que nos próximos 10 dias irão se concentrar na coleta de provas para elucidar os motivos que cercam o caso.
Marlindo Lopes era casado e tinha um casal de filhos pequenos, com quem gostava de passear por praças e shoppings de Macapá. Ele não tinha antecedentes criminais.
Foto de capa: Olho de Boto/SN