Ao som do hino do Flamengo, homem de 102 anos volta para casa curado da covid

Raimundo Miranda da Silva mora em Macapá e estava internado no Centro Covid de Santana, a 17 km da capital.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Aos 102 anos de idade, Raimundo Miranda da Silva venceu mais uma. Com direito a camisa e hino do seu time do coração, o Flamengo, ele deixou o Centro de Covid Santana neste último sábado (11), em meio a comemorações pela vitória sobre o coronavírus, um dos maiores adversários que já teve na vida.

Com 13 filhos, 36 netos, 27 bisnetos e um tataraneto, o carpinteiro naval aposentado começou a apresentar falta de ar e dores no peito ainda no mês de junho. Ele lembra de ter sido levado três vezes seguidas, em dias diferentes, à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Zerão, em Macapá. Recebeu diagnósticos diferentes.

O médico da manhã diagnosticou, clinicamente, covid-19. Já o médico da tarde descartou a hipótese. Dez dias depois, o idoso desmaiou e teve que ser levado às pressas para o atendimento.

“Ele desmaiou e ficou sem pulso. Foi como se ele tivesse, para nós, ido embora. Ele ficou todo roxo. Tivemos que levá-lo às pressas para a UPA aqui do Zerão. O que aconteceu, nessas idas e vindas, como ele mora em uma área de ressaca com a minha irmã, lá, ele tem que ser carregado, então, várias pessoas tiveram que carregá-lo e algumas pessoas estavam sem máscara, no desespero”, contou Maria Francinete Santos da Silva, de 46 anos, filha.

Depois disso, o teste para a covid-19 foi realizado, com resultado positivo e o idoso foi imediatamente transferido para o centro de covid de Santana, que tinha vaga disponível na ocasião.

Em casa e em isolamento, seu Raimundo Miranda da Silva venceu mais uma na vida e pôde assistir, no seu quarto, mais uma vitória do seu time. Fotos e vídeo: Divulgação/Arquivo Familiar

A filha confessa que a família chegou a pensar que iam perder o pai.

“Ele ficou muito debilitado, a gente achava que já tinha perdido o meu pai. Nós, filhos, fizemos muitas orações, pedimos para Deus que abençoasse ele e que nosso pai não fosse dessa vida com essa doença, desculpa a palavra, maldita, que não pode nem ter um enterro decente”, desabafou.

Ela agradeceu o atendimento dos profissionais e ressaltou que a recuperação foi rápida.

Torcedor rubro-negro

Flamenguista fanático, seu Raimundo recebeu homenagem dos funcionários e familiares, na sua saída do centro de covid, com direito a camisa e o hino do clube.

Em casa e em isolamento, seu Raimundo Miranda da Silva venceu mais uma na vida e pôde assistir, no seu quarto, mais uma vitória do seu time no charmoso clássico Fla x Flu, neste domingo (12).

Seles Nafes
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