Por SELES NAFES
A defesa do policial civil Leandro Freitas, de 29 anos, decidiu se pronunciar após a reportagem de ontem (23) que revelou detalhes da denúncia do Ministério Público e da investigação da polícia sobre a morte da empresária Ana Kátia Almeida, de 46 anos. O advogado Charles Bordalo adiantou que vai pedir uma reconstituição na cena do crime, a chamada “reprodução simulada dos fatos”.
A promotora que ofereceu a denúncia, Klisiomar Lopes, da Promotoria do Tribunal do Juri de Macapá, afirma que a perícia sobre o tiro que matou a empresária revelou uma suposta intenção de matar por ter sido disparado à curta distância, ou seja, à queima-roupa. Baseada na perícia, a promotora também afirma que o tiro foi efetuado fora do carro.
“A denúncia é frágil. As provas são contraditórias. Não houve dolo de matar. Foi um acidente. A investigação foi muito tímida”, avalia o advogado.
Leandro Freitas foi denunciado por homicídio agravado por feminicídio e pelo meio que impossibilitou a defesa da vítima. O advogado também tenta desqualificar a tese de feminicídio afirmando que a empresária tinha outro relacionamento amoroso.
“Eles não eram um casal de namorados ou amantes. Estavam ficando naquele dia. Temos provas que são as mensagens trocadas entre a vítima e o próprio acusado. A delegada sabe disso e já está na posse do celular do réu, onde as mensagens estão. Já temos o nome do verdadeiro ‘ficante’ da vítima e iremos pedir sua inquirição”, adiantou.
O advogado finalizou afirmando que irá pedir à justiça a reprodução simulada dos fatos, que é a reconstituição dos acontecimentos que antecederam o crime até a morte da empresária.
“Existem situações que você vê de uma forma algo bem diferente da sua realidade. Esse disparo foi acidental e o crime é culposo e não é doloso e nem feminicídio”.
O policial civil, que está em estágio probatório, continua preso desde a madrugada do crime, no dia 8 de julho. Ele já teve um HC negado pela desembargadora Sueli Pini, do Tribunal de Justiça do Amapá.