Por OLHO DE BOTO
Uma ocorrência atípica colocou à prova a preparação de militares da PM e Corpo de Bombeiros para negociação. Eles tiveram que convencer um homem transtornado a não cometer suicídio e, ainda, provocar uma tragédia que poderia vitimar várias pessoas durante a madrugada desta segunda-feira (13).
Waldinei Souza Furtado, morador da Rua Luís Azarias, no Bairro Zerão, zona sul de Macapá, ameaçava explodir a casa com um isqueiro e um botijão de gás, caso a polícia entrasse.
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Momento em que Waldinei se entrega. Fotos: Olho de Boto/SN
Segundo a polícia, a mulher de Waldinei acionou a polícia após ter sido agredida por ele. Quando uma equipe do 1º Batalhão chegou ao local para prender o agressor, ele resistiu.
Inicialmente Waldinei fez a mulher agredida e quatro crianças de refém. Mas após as primeiras negociações com os militares do 1º Batalhão, ele liberou a família. No entanto, continuou a resistir à prisão.
Daí para frente as negociações passaram a objetivar a própria integridade do infrator, que ameaçava provocar uma explosão na casa com o isqueiro e o botijão de gás.
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A polícia verificou que Waldinei responde a sete processos criminais. Em Macapá, possui mandado de prisão por violência doméstica
O Batalhão de Operações Especiais assumiu as negociações. De acordo com o major Kléber Silva, comandante do Bope, o descontrole de Waldinei fez com que a polícia mobilizasse um grande aparato de segurança pública.
Como existia o risco de explosão, equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e levaram para o local carros de combate a incêndio, ambulâncias com profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, que ficaram de prontidão durante toda a negociação. O receio dos militares era que a possível explosão atingisse as casas vizinhas e machucasse outras pessoas inocentes.
Depois de pouco mais de duas horas de diálogo, o agressor desistiu do plano e se entregou. Depois de preso, a polícia verificou que ele responde a sete processos criminais, um deles concluído por furto majorado, no estado do Pará. Em Macapá, possui mandado de prisão por violência doméstica.
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Negociadores e equipes que convenceram o agressor a desistir da explosão
“Foi uma situação atípica, com um perfil diferente dos criminosos que costumamos lidar quando eles fazem reféns. Ele estava emocionalmente perturbado, visivelmente sob o efeito de drogas, não fez exigências de praxe, não pediu imprensa, não pediu colete, não pediu familiares, foi um grande desafio lidar com ele nas negociações. Mas nós tivemos o apoio especializado do Corpo de Bombeiros e conseguimos controlar bem a situação”, explicou o major Kléber Silva.
Waldinei foi apresentado no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do Bairro Pacoval. Ele aguarda audiência de custódia.