Por RODRIGO ÍNDIO
Um motorista foi flagrado transportando duas voadeiras – de forma irregular – na BR-156, no município de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá. A cena foi flagrada durante uma barreira policial e ganhou as redes sociais pela ousadia.
As embarcações – com cumprimento três vezes maior do que do carro que as transportava – estavam no teto de uma picape Hilux, amarradas com vários tipos cordas para equilibrá-las.
Contudo, vários metros das voadeiras excediam as dimensões do carro, o que fez o veículo ser abordado no posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal, na entrada da cidade.
A picape ainda transportava pequenas cargas e uma geladeira na carroceria e dentro de uma das embarcações amarradas no teto. Não foi informado qual seria o destino do veículo e das mercadorias, mas a origem é a capital, Macapá.
A polícia ressaltou que este tipo de embarcação é geralmente usada na travessia do Rio Oiapoque, do município amapaense para o lado francês da Guiana.
Segundo o policial Marlon Teixeira, chefe da Comunicação Social da PRF no estado, o condutor foi abordado pelos policiais na noite de terça-feira (28), mas só na última quarta-feira (29) a imagem da ação foi divulgada. O motorista, que não teve o nome divulgado pela polícia, acabou multado em R$ 195,23.
De acordo com o artigo 248 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), “transitar com o veículo com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização é infração grave, com penalidade de multa e retenção do veículo para regularização”.
A picape e as voadeiras ficaram retidas no pátio do posto de fiscalização porque o responsável não conseguiu fazer no local o transbordo das embarcações para um transporte adequado.
Apesar de parecer inusitada, a cena é até comum na região. As voadeiras são usadas para transportar passageiros e cargas pelos rios da fronteira para diversas localidades, ou do lado brasileiro ou do lado francês, incluindo trajetos até acessos de garimpos clandestinos no território ultramarino francês.
Muitas dessas embarcações chegam a Oiapoque transportadas exatamente no teto de picapes. O motorista abordado no início da semana é considerado na região como um “especialista nesse tipo de transporte”. Nas redes sociais ele e os próprios clientes, satisfeitos, divulgam o “serviço”.
Foto de capa: Ascom/PRF