No Amapá, servidores públicos aparecem como beneficiários do auxílio-emergencial

A CGU identificou os nomes e CPFs de 1.170 funcionários estaduais. Investigação prossegue agora com as folhas das prefeituras
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Por SELES NAFES

A Controladoria Geral da União (CGU) encaminhou à Polícia Federal e órgãos de fiscalização no Amapá, o primeiro relatório de uma investigação que apura o recebimento ou a solicitação indevida do auxílio-emergencial de R$ 600, pagos pelo governo federal durante a pandemia. A primeira lista contém os nomes de 1.130 servidores do Estado, efetivos e comissionados.

Para receber o auxílio-emergencial, o candidato ao benefício precisa estar inscrito no Cadastro Único do governo federal. 

Até agora, o valor do prejuízo aos cofres públicos é de R$ 835,8 mil, mas poderá passar de R$ 1 milhão numa nova etapa da investigação.

“Vamos cruzar os dados agora com a folha de pagamento das prefeituras de Macapá e de Santana”, adianta o superintendente da CGU no Amapá, Thiago Monteiro.

Uma nota técnica com o resultado do rastreamento foi encaminhada à Controladoria Geral do Estado (CGE), que vai notificar os servidores para que apresentem explicações, se tiveram os CPFs usados indevidamente, ou se agiram de forma premeditada e receberam o benefício.

“Para receber o auxílio-emergencial, é preciso estar inscrito no Cadastro Único e no Bolsa-Família. Isso vai ser apurado posteriormente”, avisa Monteiro.

Sobre como burlaram o crivo da Caixa Econômica na hora de fazer o cadastro, o superintendente da CGU acredita que muitos fraudadores usam informações falsas. Já foi comprovado que, em alguns casos, os candidatos ao auxílio declararam domicílio em outros estados, como Goiás e Pará.

“Já encaminhamos para o Ministério da Cidadania, e todos esses benefícios com indicativo de irregularidade estão sendo suspensos”.

Trabalhadores formam filas gigantescas para receber o auxílio. Foto: Rodrigo Índio/SN

O rastreamento da CGU, que começou em maio, prossegue agora com as folhas de pagamentos de todos os municípios.

Os servidores que cometeram irregularidades poderão ser processados e investigados em procedimentos administrativos que podem resultar até na perda do emprego público. O objetivo da CGU é conseguir a devolução do dinheiro recebido de forma criminosa. 

Seles Nafes
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