Por SELES NAFES
A Controladoria Geral da União (CGU) encaminhou à Polícia Federal e órgãos de fiscalização no Amapá, o primeiro relatório de uma investigação que apura o recebimento ou a solicitação indevida do auxílio-emergencial de R$ 600, pagos pelo governo federal durante a pandemia. A primeira lista contém os nomes de 1.130 servidores do Estado, efetivos e comissionados.
Para receber o auxílio-emergencial, o candidato ao benefício precisa estar inscrito no Cadastro Único do governo federal.
Até agora, o valor do prejuízo aos cofres públicos é de R$ 835,8 mil, mas poderá passar de R$ 1 milhão numa nova etapa da investigação.
“Vamos cruzar os dados agora com a folha de pagamento das prefeituras de Macapá e de Santana”, adianta o superintendente da CGU no Amapá, Thiago Monteiro.
Uma nota técnica com o resultado do rastreamento foi encaminhada à Controladoria Geral do Estado (CGE), que vai notificar os servidores para que apresentem explicações, se tiveram os CPFs usados indevidamente, ou se agiram de forma premeditada e receberam o benefício.
“Para receber o auxílio-emergencial, é preciso estar inscrito no Cadastro Único e no Bolsa-Família. Isso vai ser apurado posteriormente”, avisa Monteiro.
Sobre como burlaram o crivo da Caixa Econômica na hora de fazer o cadastro, o superintendente da CGU acredita que muitos fraudadores usam informações falsas. Já foi comprovado que, em alguns casos, os candidatos ao auxílio declararam domicílio em outros estados, como Goiás e Pará.
“Já encaminhamos para o Ministério da Cidadania, e todos esses benefícios com indicativo de irregularidade estão sendo suspensos”.
O rastreamento da CGU, que começou em maio, prossegue agora com as folhas de pagamentos de todos os municípios.
Os servidores que cometeram irregularidades poderão ser processados e investigados em procedimentos administrativos que podem resultar até na perda do emprego público. O objetivo da CGU é conseguir a devolução do dinheiro recebido de forma criminosa.