Fraudes desviaram dinheiro da covid-19 em Vitória do Jari, diz polícia

Operação Máscara de Ferro cumpriu mandados de busca e apreensão no município do sul do Amapá e em Macapá.
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Na manhã desta terça-feira (18), as polícias Federal e Civil do Amapá cumpriram oito mandados de busca e apreensão de uma investigação que apura fraudes em licitação e desvio de recursos públicos federais destinados ao enfrentamento específico ao coronavírus em Vitória do Jari, no sul do Estado.

A ação, batizada de Operação Máscara de Ferro, também cumpriu uma medida cautelar de afastamento de função pública exercida por um dos investigados vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de Vitória. As ordens judiciais foram cumpridas em órgãos públicos da prefeitura e residencias de envolvidos em Vitória, e em Macapá – em local não revelado pela polícia.

As ordens judiciais foram cumpridas em…

… órgãos da prefeitura e…

… em residências de investigados em Vitória do Jarí. Fotos: Ascom/PF/PC

Segundo a PF, a investigação teve início a partir de denúncia de irregularidades na aquisição de equipamentos de proteção individual, medicamentos e insumos para serem utilizados no enfrentamento à covid-19 no município.

Segundo as investigações, as irregularidades aconteceram em dois contratos emergenciais por dispensa de licitação, um para o fornecimento de máscaras descartáveis de proteção (PFF2 e N95, usadas pelos profissionais no enfrentamento à Covid-19) e insumos, como álcool em gel, e outra para aquisição de medicamentos.

As duas contratações investigadas ultrapassam o valor de R$ 1 milhão. Conforme as investigações, houve contratação emergencial para o fornecimento de 77 mil máscaras descartáveis, que têm validade de 3 anos.

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No entanto, conforme estimativa de uso, a quantidade adquirida atenderia às necessidades dos profissionais de saúde pelos próximos 26 anos, e mesmo após a realização do pagamento, há indícios de que as máscaras não foram entregues.

Ainda de acordo com a PF, há fortes suspeitas de superfaturamento na aquisição de álcool em gel e alguns medicamentos, demonstrando variações de valores de até 300% acima da média, indicando superfaturamento. Um galão de 5 litros de álcool em gel, por exemplo, que custa no mercado em média apenas R$ 50, foi comprado por R$ 150.

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Segundo a PF, consulta no portal da transparência do Ministério da Saúde mostrou que até junho de 2020 o município recebeu mais de R$ 1,2 milhão em recursos federais para o enfrentamento à covid-19, sendo este valor praticamente todo utilizado nesses dois contratos sob investigação.

As investigações tiveram o apoio da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual (MPE).

Seles Nafes
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