Por SELES NAFES
O promotor de eventos e agora motorista de aplicativo, Stephan “Caipirosca”, 35 anos, aguarda ser notificado para recorrer da multa de R$ 1.045 aplicada no último dia 12, pela Guarda Civil de Macapá, por não estar usando máscara em local público. A prefeitura divulgou que se trata do primeiro caso que resultou nesse tipo de penalidade.
Em entrevista ao Portal SelesNafes.Com, nesta sexta-feira (14), Stephan se classificou como um defensor do uso da máscara. Ele garantiu que perdeu a sua no trajeto entre o carro e um quiosque da Praça do Coco, onde parou para tomar água de coco.
“Ao contrário do que os guardas disseram na reportagem, eu não bebo”, assegurou.
O que houve naquela noite?
Sou promotor de eventos e divulgo outros no meu site, o Portal Caipirosca, que já tenho há mais de 17 anos. Mas como todos os eventos estão suspensos por causa da pandemia, eu fiquei sem renda alguma. Então passei a dirigir carro de aplicativo. Eram 21h30min quando eu resolvi parar de rodar para tomar uma água de coco. As pessoas estavam assistindo ao jogo do Flamengo. Eu tirei a máscara e coloquei no bolso como sempre faço, mas acho que caiu quando fui tirar meu celular. Não vi onde caiu. Foi quando o pessoal da Guarda Civil chegou.
Como foi a abordagem?
Já chegaram me mostrando o cassetete. Me trataram como se eu fosse bandido, chamando palavrão. Parecia que iam me bater. Eu expliquei o que tinha acontecido, mas nem quiseram conversar.
Mas depois você gravou um vídeo com máscara…
Eu tinha uma reserva no carro. Eu falei isso para eles, que eu queria pegar no carro, mas não teve jeito. Foram comigo até o carro só para me aplicar a multa. (…) Eu me alterei mesmo, mas quem não se altera numa situação dessa? Um monte de gente sem usar a máscara. (…) Só 1% das pessoas que estavam lá usavam a máscara. Eu sempre fui defensor do uso da máscara. Sou enjoado com isso.
O que você pretende fazer agora?
Vou aguardar a notificação chegar na minha casa e recorrer. Mas também vou entrar com um processo por abuso de autoridade pela forma como me trataram. (…) Poderiam ter resolvido isso conversando. Acho um absurdo essa multa de um salário mínimo num momento como esse em que as pessoas estão com dificuldade de ter uma renda. Tem gente que trabalha na minha área (de eventos) que está passando fome. São músicos, garçons, pessoal da noite, dos shows…