Por SELES NAFES
A identificação feita pela vendedora de uma loja de celulares de Macapá causou um grande alvoroço, nesta quinta-feira (17), nas redes sociais e até na polícia. Ela acreditou, equivocadamente, ter atendido o empresário procurado pelo homicídio de um ator do SBT. O episódio acabou virando um grande fake que viralizou graças a pessoas que costumam compartilhar postagens sem checar antes em veículos de comunicação.
A confusão começou quando a vendedora achou que o cliente que tinha comprado um celular era o empresário Paulo Cupertino Matias, de 49 anos. No dia 9 de junho de 2019, na zona sul de São Paulo, ele matou a tiros o ator Rafael Miguel, de 22 anos, e os pais dele na porta de casa.
Segundo a polícia, ele não aceitava o namoro da filha dele com o ator. Desde então, Cupertino é procurado no Brasil e no exterior.
A vendedora da loja de Macapá acionou a polícia e chegou a mandar uma foto que ela tirou do cliente, que usava uma máscara para se proteger da covid-19.
Antes que a Polícia Civil pudesse investigar, a falsa notícia da prisão do empresário movimentou especialmente o Facebook e os grupos de WhatSapp, com direito a áudios de supostas testemunhas que teriam presenciado até a prisão dele na loja. Tudo mentira.

Rafael Miguel foi assassinado junto com os pais. Fotos: Reprodução

O empresário Paulo Cupertino tem 1,83 metro, enquanto o cliente pouco mais de 1,60 metro

Falsa notícia compartilhada à exaustão no Facebook e WhatsApp
O caso foi investigado pelo delegado Alan Moutinho, do Núcleo de Operações e Inteligência (NOI) da Polícia Civil do Amapá.
Moutinho descobriu que o cliente na verdade é um morador do Bairro Renascer, na zona norte de Macapá. Entre eles, a única semelhança estaria apenas no corte de cabelo que o empresário tinha na época do crime.
“Pegamos a nota fiscal, descobrimos o endereço dele no Renascer, mas é outra pessoa. Só o cabelo é parecido. Esse senhor (de Macapá) é mais baixo e mais novo. Nada a ver, não. O empresário tem de 1,83 metro. Esse tem pouco mais de 1,60, bem mais baixo”, explicou o delegado.
“Eu descartei ele como suspeito”, concluiu o delegado.