Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O Centro de Estudos da Religião, Religiosidades e Políticas Públicas da Universidade Federal do Amapá vai realizar um encontro virtual, através do YouTube, para debater a intolerância religiosa e racismo religioso no Amapá, no Brasil e no mundo.
O evento ocorrerá entre os dias 21 e 26 de setembro e tem inscrições gratuitas através do link https://doity.com.br/iii-encontro-cepres.
Um dos organizadores da reunião científica, que contará com a participação de palestrantes de todo o país, o doutor em sociologia Marcos Vinícius de Freitas Reis, que está à frente do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Unifap, falou ao Portal SelesNafes.Com sobre a importância do debate.
Ele também ressaltou o respeito às crenças e os objetivos do evento, programado para ser um espaço que ajude a formular políticas públicas sobre o tema no Amapá. Acompanhe a entrevista:
Qual a importância, no geral e na atual conjuntura, de falarmos sobre intolerância religiosa?
A importância se dá da necessidade de respeitarmos a religião do outro. Nós entendemos que cada um tem a opção e a liberdade de escolher se quer ou não ter uma religião e que qualquer religião, em seu âmbito privado, as pessoas têm a liberdade de poderem exercer essa questão.
Então, a liberdade de culto e a liberdade são um direito individual adquirido na Constituição Brasileira.
Qual o objetivo do evento?
O objetivo é nós refletirmos da necessidade do Estado, sobretudo o Amapá, de ter políticas públicas voltadas para combater a intolerância religiosa e o racismo religioso, e pensar como as religiões ajudam ou atrapalham na formulação dessas políticas públicas.
Como você vê, no Amapá, a ecumenicidade entre os credos? Há muitos casos de intolerância?
Praticamente no Amapá nós não temos o diálogo inter-religioso ou ações ecumênicas, muito poucas ações, muito baixa. As religiões ainda não têm a consciência de que elas precisam dialogar entre si pra poder combater as mais variadas formas de intolerância.
No Amapá, nós temos casos crescentes de intolerância religiosa, a exemplo do que aconteceu com o Pai Salvino em 2019 e dentre os mais variados casos. Nós temos situações de terreiros invadidos, católicos que têm suas imagens quebradas, evangélicos que têm suas bíblias queimadas, o Santo Daime que tem o seu uso do chá, que é tido como droga e que é, dentre outros.