Por SELES NAFES
Sem explicar os motivos, a francesa Total anunciou que desistiu de explorar cinco blocos de petróleo na costa do Amapá, na foz do Rio Amazonas. O assunto foi notícia durante o feriado e repercute ainda nesta terça-feira (8) nos principais veículos especializados em economia no Brasil.
Especialistas calculavam que o local teria pelo menos 14 bilhões de barris de petróleo, mais do que todas as reservas do México. Num comunicado muito curto, publicado em seu site, a Total informou apenas que a decisão abre “um prazo de seis meses durante o qual será nomeada uma nova operadora, a quem serão entregues as atividades exploradas”.
A empresa também informou que continuará monitorando os processos regulatórios em nome da Petrobrás e da BP, integrantes do consórcio cuja a Total era a principal força financeira.
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Laser aponta para recifes de corais supostamente localizados na Foz do Rio Amazonas. Foto: Greenpeace
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2019: Debate em rádio de Macapá entre representantes do Greenpeace e pesquisador favorável à exploração. Foto: Seles Nafes/Arquivo SN
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Expofeira 2015: Governador e empresários conversam no estande da Total montado no Pavilhão de Negócios
Em 2018, o Ibama disse não, em definitivo, ao pedido de licença de exploração. Os técnicos do instituto alegaram que a empresa não tinha apresentado planos consistentes de contingência em caso de acidentes que poderiam afetar as costas do Brasil e da Guiana Francesa.
Em outra frente, no entanto, havia uma guerra ideológica de comunicação travada entre ambientalistas e setores a favor da exploração. O motivo era a ameaça a supostos recifes de corais apontados como verdadeiros pelo Greenpeace, e tido como petrificados e mortos por pesquisadores favoráveis à exploração.