Por SELES NAFES
Os portais de transparência hospedados nos sites das prefeituras deveriam ser intuitivos, de fácil navegação e clareza nas informações, especialmente para quem não é acostumado a navegar por planilhas. No entanto, o que acontece em Pracuúba e Amapá é uma verdadeira bagunça que dificulta a vida do cidadão na hora de fiscalizar a saúde financeira de sua cidade, e sobretudo a atuação do gestor.
As duas cidades são governadas por prefeitos candidatos à reeleição: Carlos Sampaio (DEM) e Belize Ramos (PL). São cidades pequenas. Amapá tem 9,1 mil habitantes e Pracuúba 5,2 mil. A estimativa é de apenas metade dos moradores tenha título eleitoral, o que significa que um prefeito pode ser eleito com 1 mil ou 1,5 mil votos.
O fato de serem prefeituras pequenas deveria refletir na simplicidade das informações contábeis em seus portais de transparência. Mas não é o que acontece. No portal de Pracuúba, por exemplo, o internauta acessa “transparência”, “gestão de pessoal RH” e chega a um ambiente onde existem apenas as informações referentes a janeiro de 2019 e anos anteriores.
Só sob orientação de um funcionário de TI indicado pela prefeitura é que foi possível entender que a opção certa é “prefeitura” e não gestão de pessoal, o que seria o mais lógico. Mas mesmo entrando em “prefeitura” e depois em “pessoal” a missão ainda fica difícil. É que as folhas de pagamento dos meses estão juntas nas mesmas telas. Não é possível escolher um mês específico para pesquisar. Também não há somatória de gastos e nem da quantidade de servidores.
O Portal de Transparência da Prefeitura de Amapá é um pouco mais frustrante. O internauta escolhe “transparência”, “contas públicas”, “gestão de pessoal” e chega um ambiente onde só aparece janeiro de 2018 a 2020, além de anos anteriores.
Uma mensagem informa que é preciso clicar num link para migrar para o novo sistema, mas o link não funciona. Na verdade, depois de alguns instantes, o internauta precisa entender que tem de colar aquele endereço na barra de navegação para chegar à folha de pagamento.
A exemplo do portal de Pracuúba, Amapá também concentra as folhas dos meses nas mesmas telas e também não há campo de pesquisa de meses e nem somatórias de gastos ou quantitativo de pessoal.
O Portal SelesNafes.Com pediu entrevistas de representantes das duas prefeituras sobre seus portais, mas não houve retorno.