Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O Ypiranga venceu a equipe do Santana por 2 a 0 e conquistou pela 9ª vez o título do campeonato amapaense de futebol. Realizada na noite desta quinta-feira (1º), a partida foi a primeira no Brasil com a presença de torcedores no estádio desde a parada do futebol por causa da covid-19.
Sendo o time que mais evoluiu no retorno do futebol amapaense após a paralisação por conta da pandemia mundial, o Ypiranga foi mais organizado. Desde que a bola rolou, foi mais incisivo e teve as melhores ações.
O time do técnico Vitor Jaime, que havia vencido a primeira partida da decisão por 2 a 1, não ficou acomodado. Aos 16 minutos, o camisa 9 negro anil, Wilker, abriu o placar, de pênalti. Mais organizado, o Ypiranga seguia atacando. Somente na etapa final do primeiro tempo o Santana conseguiu imprimir um ritmo mais forte.
Em duas ocasiões, uma com a bola rolando e outra na cobrança de uma falta bem próxima à grande área, o Canarinho Milionário carimbou o travessão do arqueiro Luiz Felipe. O jogo seguiu movimentado, parando apenas por 15 minutos por causa dos refletores que apagaram.
A Federação Amapaense de Futebol (FAF) também ficou sem saber o motivo da falha técnica. No intervalo do primeiro para o segundo tempo, os três conjuntos de luzes entraram em pane, o que fez o retorno demorar mais do que os 15 minutos regulamentares.
No retorno não faltou vontade para equipe do Santana, que levava perigo ao gol do Ypiranga especialmente quando o centroavante Feijão era acionado. Mas, de nada adiantou e o destino acabou sendo selado aos 37 minutos do segundo tempo, quando o camisa 21, Edenilson, que entrou por opção de Vitor Jaime, aproveitou um lance na pequena área e marcou o gol derradeiro.
Ypiranga campeão, 2 a 0 no jogo e 4 a 1 no placar agregado.
“Feliz demais, Deus é maravilhoso, passei por momentos difíceis e agradeço ao professor. O senhor Jesus me agraciou com um gol”, declarou Edenilson.
O técnico Vitor Jaime fez uma avaliação da final.
“É uma equipe que chegou onde chegou por mérito. Tivemos dificuldades, mas conseguimos o nosso objetivo que era chegar na semifinal, passamos bem, e viemos para a final contra o Santana com dois jogos difíceis. O grupo está de parabéns”, declarou Vitor Jaime.
Sobre seu futuro, o técnico, que já foi campeão amapaense por várias equipes, revelou que tinha prometido para a esposa encerrar a carreira este ano e que iria sentar com a diretoria para debater o futuro. Por enquanto, ele comemora o título e as classificações do Ypiranga para a série D e Copa do Brasil.
Santana
No Santana, equipe que fez um campeonato regular e até chegou a ser apontada como favorita. A derrota pesou, mas não acaba com o sonho de diversos jovens jogadores que estão contentes com o trabalho e ao lugar que alcançaram.
Após o jogo, um deles, o jovem Feijão, com a filha no colo, falou ao Portal.
“Eu morava na periferia de Santana, no bairro Nova União. Parabenizo a equipe do Ypiranga. Hoje não deu pra gente. Mas é assim mesmo, é seguir e ir pra frente”, falou o jovem atacante de 22 anos.
Público
Bem que a FAF tentou, marcou os lugares, colocou álcool em gel na entrada, mas mesmo assim, na primeira partida de retorno do futebol com torcida no Brasil, houve descumprimento das regras.
Houve crianças, idosos, comercialização de cerveja, pessoas com as máscaras fora do padrão ou sem elas e, principalmente, aglomeração. Visualmente, também era possível afirmar que compareceram mais do que os 300 torcedores permitidos pela Prefeitura Municipal de Macapá (PMM).
“É importante que possamos estabelecer novos parâmetros para a abertura de espaços públicos. A preocupação da federação em estabelecer uma limitação de ingressos, acho que é válida. Agora, claro que precisa ter cuidado para que isso se efetive. Acho importante nos adaptarmos a esse novo processo, entendendo que o vírus ainda está aí. Acho que hoje vale como um teste para os próximos eventos”, declarou Patrique Lima, torcedor do Santana.
Já o torcedor do Ypiranga, Eron Dias, estava feliz com a realização do jogo e declarando seu amor pelo negro anil. Mesmo assim, reclamou em relação aos ingressos.
“A federação falou que seriam 150 ingressos para cada clube, aí, na hora do jogo, a federação vai e vende ingresso ali. Não sobrou, o Ypiranga vendeu em meia hora 150 ingressos, a R$ 40, porque o torcedor do Ypiranga ajuda mesmo o clube, e a federação a R$ 20. Isso prejudica o torcedor”, concluiu Eron.