atualizado as 21h58
Por SELES NAFES
O Patriota no Amapá não é o único partido onde existe uma candidata “abençoada” na partilha de recursos dos fundos públicos nas eleições deste ano, em Macapá. Um breve levantamento no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) demonstra que a obscuridade domina o rateio.
No PSB, por exemplo, enquanto a candidata a vereadora Janete Capiberibe recebeu R$ 150 mil do fundo especial de campanha, a colega Andréia Tolentino não ganhou um só centavo, até agora. E não se trata de uma anônima dentro do partido.
Com o fiasco do PT em 2018, impedido de participar das eleições daquele ano, Andréia foi escolhida na última hora para compor uma chapa pura encabeçada por Capi na disputa pelo governo do Estado. Dois anos depois, parece que o prestígio não é mais o mesmo.
Situação idêntica ocorre no MDB. O candidato a vereador Gonçalo Borges, filho do presidente do partido, Gilvam Borges, também recebeu R$ 100 mil do fundo especial de campanha, enquanto o jornalista Belair Júnior ficou com R$ 15 mil.
Outro medalhão da legenda, Iury Pelaes, foi abençoado com R$ 100 mil. Ele é filho da ex-deputada federal e uma das grandes lideranças do MDB no Estado, Fátima Pelaes.
No PL, Dudu Barbosa, o filho do presidente da Assembleia Legislativa Kaká Barbosa (PL), é outro estreante na política, mas já começou recebendo R$ 150 mil, enquanto Banha Lobato foi “agraciado” com somente R$ 1,9 mil. Pior foi Anderson Silva, que, apesar do nome de campeão, não saiu do R$ 0,00.
No PSD, existem dois agraciados: a candidata à vereadora Eloisy Auzier, filha da deputada Ednar Auzier e do ex-deputado Eider Pena, poderá usar quase R$ 100 mil, enquanto Francimar do Crediário ficou com R$ 20 mil. Já o vereador Nelson Souza não tem do que reclamar: R$ 144 mil.
No PSC, Da Lua recebeu R$ 3 mil enquanto a vereadora Adriana Ramos, R$ 10 mil.
No Republicanos também há casos estranhos. Enquanto a professora Margareth Guerra tem R$ 146 mil, o bispo Marcus, da Igreja Universal, considerado o mais forte dos candidatos a vereador na legenda, ficou com R$ 30 mil. Mas quem se deu mal mesmo foram Carlão Taxista e João do Ponto do Corte, com R$ 0,00.
Não existem critérios legais que determinem igualdade na partilha desse dinheiro público. A única obrigação que os candidatos e partidos têm é o de justificar cada centavo com notas fiscais na prestação de contas, o que tem gerado punições como suspensão das cotas e obrigação de devolver dinheiro.
Para ver quanto cada candidato recebeu de verba pública, basta clicar aqui.
- Inicialmente, foi divulgado que Gonçalo Borges teria recebido R$ 150 mil, mas na verdade recebeu R$ 100 mil. A informação foi corrigida a pedido da coordenação da campanha. Ainda assim, disparado o maior valor entre os candidatos do MDB.