Por SELES NAFES
A juíza plantonista Carline Nunes, da comarca de Santana, transformou em preventiva a prisão flagrante do pai acusado de estuprar a própria filha, uma recém-nascida de apenas 50 dias. Um exame pericial constatou que havia um ferimento no ânus da bebê, que indica ato de libidinagem.
O caso, que está sendo investigado pelo delegado Felipe Nogueira, da 1ª Delegacia de Polícia, ocorreu no último dia 29 no bairro dos Remédios II, na periferia do município de Santana, cidade a 17 km da capital do Amapá.
A mãe, que denunciou o crime na polícia, disse em depoimento que vive há dois anos com o acusado, com quem teve a filha em setembro. A família vive num imóvel de apenas um cômodo, cujo banheiro fica na área externa.
Os detalhes da investigação são chocantes. No depoimento, a esposa disse que deixou a menina sob os cuidados do pai para ir ao banheiro tomar banho, por volta das 19h. Quando retornou, teria encontrado o marido com o pênis para fora “manuseando o órgão genital”. Ela disse que ele não estava se masturbando, mas admitiu que a cena não era comum.
A criança chorava muito na rede. Depois de alimentá-la, a mãe percebeu que a criança continuava chorando e estava urinada. Ao trocar a frauda, viu que a menina sangrava pelo ânus que estava “meio rasgadinho”.
O marido teria dito à esposa que apenas deu à menina um remédio chamado “óleo doce”, mas ela retrucou, dizendo que isso não provocaria o sangramento pelo ânus.
A mãe foi até a casa da sogra e as duas foram até a delegacia comunicar o fato. Agentes prenderam o pai na frente da residência do casal.
Na delegacia, ele permaneceu em silêncio, e foi encaminhado ontem (30) para audiência de custódia junto com a perícia feita na bebê pela Politec.
O padrasto foi preso em flagrante, levado ao Iapen onde foi barbarizado e exposto como troféu. Um exame mais minucioso, semanas depois, concluiu que a criança não havia sido estuprada, e que o ferimento tinha sido gerado por outras causas. O acusado foi solto.
No caso de Santana, a juíza fez questão de notificar o Iapen para tomar todas as medidas para garantir a integridade física do pai, já que casos assim costumam causar grande comoção, inclusive dentro da própria cadeia.
O acusado foi indiciado no inquérito, e vai aguardar a conclusão no processo preso para “garantia da ordem pública”. O pai já havia respondido processo por crime sexual, mas foi absolvido pela justiça.