Refugiada e seus três filhos têm 4 dias para arrumar moradia

A família está há cerca de dez meses no Brasil e cerca de oito meses no Amapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Cerca de 2,5 milhões de pessoas deixaram a Venezuela nos últimos anos. Fogem da fome, da falta de emprego e perspectivas. Essa é a história de Érica Estéfane Seijas Piento, de 24 anos, e seus três filhos pequenos, que têm até a próxima segunda-feira (2) para arrumar uma casa.

A família está há cerca de dez meses no Brasil e cerca de oito meses em Macapá. Estão morando em uma quitinete de uma igreja católica, no Bairro Pantanal, zona norte da capital do Amapá. O abrigo foi dado em solidariedade, para que Érica conseguisse trabalho e outro lugar para ficar.

Érica e as pequenas Danimar, de 11 meses, e Ester, de 2 anos: iminência de ficarem sem teto em Macapá. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

“O padre me cedeu a quitinete e falou que eu poderia ficar o tempo que eu precisasse, até acalmar a pandemia, e eu conseguir um trabalho e um lugar para morar. Mas já tem muito tempo, sou agradecida, e vou ter que deixar o espaço, pois combinamos de eu sair na segunda-feira, mas ainda não consegui outro lugar”, contou Érica.

A vida não tem sido fácil para Érica, seu menino tem 6 anos, uma menina tem 2 anos e a pequena Danimar, de 11 meses. Todos são sobreviventes, e Danimar saiu com a mãe e os irmãos de Caracas, capital da Venezuela, até a fronteira com o Brasil, entrando no país por Pacaraima, em Roraima. A sua viagem foi como deu. Caronas e trechos feitos a pé.

O pai das crianças, faleceu em um acidente quando Danimar ainda não tinha nascido. Chorando, contou.

Danimar quase morreu na peregrinação da Venezuela ao Brasil

“Ela ficou muito mal, na verdade. Teve crise de asma. Quando eu vinha pra cá, ela praticamente morreu. Ficou vermelha, vermelha, não se mexia e foi uma médica brasileira que atendeu ela, me deixou para fora e entrou com a neném. Achei que ela tinha morrido. Até que a médica saiu e disse que ela estava viva”, emocionou-se Érica.

A fome também está à espreita da família. Érica revelou que seu atual estado de magreza é oriundo da fome. Dias atrás, passaram pelo menos uma semana comendo apenas feijão. A pequena Danimar está forte, sorri, e as outras duas crianças são espertas.

Abraão é brincalhão e explorou o parquinho da Praça Floriano Peixoto, no Centro da capital amapaense, enquanto esta reportagem acontecia. Ester, de 2 anos, não desgrudou da mãe.

Agora, a família precisa de um novo lugar para ficar, em Macapá

A família estava com um casal de amapaenses que soube da situação e resolveu ajudar. Estavam no centro de Macapá comprando materiais de manicure, para que Érica consiga trabalhar.

Ajuda

A família precisa de tudo. Trabalho, roupas, eletrodomésticos e, principalmente duas coisas: moradia e amor humano. Quem quiser ajudar a família, pode entrar em contato diretamente com Érica através do telefone (96) 98420-9696.

Seles Nafes
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