Por SELES NAFES
Por unanimidade, a Câmara Única do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) anulou a condenação do ex-deputado estadual Jaci Amanajás, acusado de receber diárias superfaturadas de viagens. O colegiado entendeu que, apesar dos valores serem altos, eles eram fixados por ato interno da mesa diretora da Assembleia Legislativa, portanto, os pagamentos seriam legais.
Jaci chegou a ser condenado pelo juiz da 6ª Vara Cível de Macapá ao ressarcimento de quase R$ 200 mil. As diárias foram pagas entre maio de 2011 e julho de 2012. MP alegou violação aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, tomando por base diárias pagas por outros poderes em nível nacional.
Só em 2013, a Alap gastou mais de R$ 17 milhões com diárias, quatro vezes o valor que o Senado havia gasto com 81 senadores no mesmo período.
O juiz relator do recurso, Mário Mazureck, acatou o argumento da defesa de que o então deputado recebeu os pagamentos de “boa fé”, mesmo concordando que eram valores altos.
“Que fique claro que não se trata de defesa quanto aos valores dessas diárias, mas de reconhecer que a sua fixação decorreu de um ato interna corporis da Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, devendo eventual questionamento ser veiculado por meio de ação própria”, analisou ao indeferir a ação de improbidade e reformar a sentença de primeira instância.
O resultado do julgamento seguiu um entendimento já consolidado pela atual turma da Câmara Única do Tjap, que decidiu da mesma forma em processos semelhantes.