Por SELES NAFES
A Universidade Federal do Amapá (Unifap) é a única no Brasil sem aulas. Segundo o Ministério da Educação (MEC), que divulgou o panorama em todo o país, a maioria das instituições retomou as aulas durante a pandemia utilizando o ensino à distância (EAD), modalidade que só deve ser adotada no Amapá no início de novembro.
O MEC publicou um gráfico onde identifica no mapa, com a cor verde, os estados onde as universidades estão com as aulas online. Em laranja, aparecem as oito instituições com atividades parciais, e com o roxo apenas o Amapá.
As aulas estão suspensas desde março na Unifap, quando foi decretado estado de pandemia por causa do novo coronavírus. Algumas atividades foram retomadas logo depois, só que ligadas aos setores administrativo, pesquisa e extensão. Não há aulas há mais de seis meses.
Mas há uma luz no fim do túnel. A comunidade acadêmica disse “sim” na consulta que aferia a opinião de alunos e professores sobre a retomada das aulas de forma remota.
Além disso, a comissão especial que elaborou o plano de retomada também terminou o planejamento, mas ele ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Superior Universitário (Consu), colegiado interno com poder de deliberação. A reunião do Consu deve ocorrer na semana que vem.
O plano inclui a liberação de benefícios sociais para os alunos com dificuldades de acessar a internet.
“Vamos publicar o edital com esses benefícios, que serão de R$ 60, R$ 600, R$ 1 mil a R$ 1,5 mil, e estamos inscrevendo a Unifap no plano do governo federal que está concedendo chips para os alunos. Mas só podemos fazer tudo isso depois da aprovação do Consu. A proposta nossa é de retorno no dia 3 ou 9 de novembro”, explica a pró-reitora de Ensino e Graduação, Elda Gomes Araújo.
A previsão é de que as aulas sejam retomadas de forma remota para a maioria dos 51 cursos. Hoje, a universidade tem quase 10 mil alunos em todos os campi.
Qualificação
Outra providência que antecede o retorno é a qualificação dos professores para que alcancem o melhor desempenho no ambiente virtual.
“Para os professores é algo novo. É muito complexo. Dentro do ensino remoto é uma linguagem diferente. (…) 2020 não é um ano perdido. É um ano que estamos aprendendo muito, e o nosso calendário nunca é igual ao civil. Estamos propondo um calendário suplementar, que é o 2020.3”.