Vítima rezou antes de ser executada pelo cunhado, diz polícia

Duplo homicídio foi solucionado pela polícia. Motivo foi uma disputa por terra
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Por SELES NAFES

Depois de prender os autores do duplo homicídio ocorrido em Laranjal do Jari, no último dia 6, a Polícia Civil do Amapá fez revelações tristes e macabras acerca dos últimos momentos de vida do casal assassinado numa disputa familiar por terra. Um dos executores do casal mandou que a esposa rezasse antes de matá-la com um tiro na cabeça. Todos os envolvidos são parentes.

Aparecida Freitas da Silva tinha apenas 20 anos. Ela morava com o marido e dois filhos de 5 e 2 anos num sítio onde trabalhavam, na estrada que dá acesso ao município de Vitória do Jari.

Foi o proprietário do sítio a primeira pessoa a chegar ao local do crime. Ele encontrou as crianças abraçadas ao corpo da mãe. O maior, de cinco anos, tinha usado um lençol para cobrir o corpo dela e disse depois que era para protegê-la de insetos.

A Polícia Civil encontrou o corpo de Aldecir Carvalho dos Santos, o marido, a cerca de 80 metros da casa. Ele foi morto com um tiro na barriga e outro nas costas quando tentava fugir.

Mãe foi coberta com lençol pelo filho mais velho que queria protegê-la dos mosquitos

Esposa presenciou a chegada dos cunhados armados

Investigadores comandados pelo delegado Rômulo Viegas

Detidos por ordem da justiça, dois irmãos de Aldecir, sendo um deles menor, confessaram o crime. O relato mais chocante foi do menor, que afirmou que não estava arrependido e mataria de novo por ter levado um tapa no rosto desferido pelo irmão numa discussão pela terra deixada pela mãe deles que também foi assassinada na cidade, supostamente por traficantes.

Aparecida, a esposa de 20 anos, foi morta depois do marido. O executor, cunhado dela, mandou que as crianças entrassem no banheiro. Ela estava amarrada quando o menor mandou que ela rezasse. A assim que terminou a prece, foi morta com um único tiro na cabeça.

“Só mataram a mulher como queima de arquivo. Ela viu quando eles chegaram no terreno armados, dissimularam uma conversa com o irmão e quando ele estava distraído o menor puxou a arma e deu um disparo na barriga do irmão. A vítima correu e foi alvejada pelas costas”, explica o delegado Rômulo Viegas, chefe da 1ª DP do Jari, que comandou a equipe de investigadores.

O delegado pediu à justiça a internação do menor e a prisão preventiva do maior, o que já foi cumprido. O menor disse que mataria de novo, e que não tinha nada a perder.

Seles Nafes
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