Por SELES NAFES
Cinco vereadores de Macapá, todos candidatos à reeleição, estão sendo processados pelo Ministério Público do Amapá acusados de promover uma verdadeira “farra” com o dinheiro público. De acordo com as investigações, eles usaram quase R$ 1,4 milhão com pesquisas de opinião pública numa quantidade incomum.
Os vereadores denunciados à justiça pelo MP são: Odilson Serra (PSDB), Rayfran Barroso (PSDB), Diego Duarte (PL), Yuri Pelaes (MDB) e Diogo Sênior (PMB).
Cada um dos 23 vereadores de Macapá tem direito a R$ 20 mil em reembolso por despesas realizadas no exercício do mandato, a chamada verba indenizatória. Segundo o MP, os cinco vereadores decidiram usar esse dinheiro com pesquisas de opinião, entre 2017 e agosto de 2020. Contudo, chamou a atenção a quantidade de pesquisas, especialmente na mesma localidade.
Só no arquipélago do Bailique foram pagas 23 pesquisas. No distrito do Pacuí foram 18. O número é tão grande que houve casos em que a mesma localidade foi pesquisada por vários vereadores no mesmo mês. Quem mais gastou com pesquisa foi o vereador Odilson Serra: R$ 534.320,00.
Em seguida vêm:
Rayfran Barroso (R$ 369.797,00)
Diego Duarte (R$ 214.000,00)
Diogo Sênior (R$ 167.049,99)
Yuri Pelaes (R$ 91.000,00)
Zona urbana
De acordo com o MP, na zona urbana de Macapá foram contratadas 127 pesquisas que somaram R$ 1,1 milhão do dinheiro público. Algumas teriam sido realizadas até durante o lockdown.
“Esse tipo de comportamento ofende a moralidade pública, pois se distancia dos compromissos assumidos pelos parlamentares e se confronta com a realidade social do município”, resumiu o promotor Afonso Guimarães.
O promotor ajuizou as primeiras cinco ações de improbidade, e investiga outros parlamentares.
Dos cinco vereadores denunciados, o Portal SN Yuri Pelaes se posicionou sobre o assunto por meio de uma nota que é assinada pelo seu advogado, Maurício Pereira. Nela, a defesa classifica a ação de política e midiática. Confira, na íntegra:
O Vereador Yuri Pelaes, em atenção à Nota à Imprensa divulgada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, afirma que, embora desconheça os termos da referida ação, pois nela não foi citado ou teve acesso aos autos, confia que, no curso processo, exercerá sua ampla defesa e comprovará a verdade real dos fatos.
Logo, deve prevalecer sua inocência, como dita a Constituição Federal.
É, também, fundamental asseverar que a ação dos membros do Ministério Público, embora legitima em investigar, tem conotação política e midiática neste momento eleitoral em que o parlamentar busca sua reeleição. É notório o propósito de influir no resultado das eleições, em desfavor do candidato.
O vereador Yuri Pelaes confia na Justiça e na democracia!