Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Após 72 horas sem energia elétrica em mais de 90% do Estado, com mais de 700 mil pessoas atingidas, as consequências como falta de água potável, escassez de itens como velas e quilométricas filas em postos de combustíveis são a tônica do dia da população.
O ministro das Minas e Energias, Bento Albuquerque, esteve no Amapá com sua equipe na quarta-feira (4) e reuniu-se com o gabinete de crise montado pelo Governo do Estado do Amapá (GEA) para tratar do problema.
As hipóteses levantadas, não são animadoras. A primeira perpassa pela recuperação de um dos três transformadores danificados no incêndio causado, provavelmente pela queda de um relâmpago, na forte tempestade que caiu em Macapá na noite da terça-feira (3).
A intempérie atingiu a subestação elétrica da zona norte de Macapá e um destes transformadores teria sido menos danificado. Caso dê certo, após análises e a busca de peças em outros estados, entre 60 e 70% dos da energia elétrica do Amapá voltaria, mas ainda em um sistema de rodízio, de racionamento.
Previsão não se cumpriu
Os técnicos do governo federal declararam que na quinta-feira (6) o problema poderia começar a ser solucionado, mas isto não ocorreu. Há a expectativa que até o início da noite desta sexta-feira, 6, o amapaense tenha melhor sorte e pelo menos esse percentual retorne.
A solução, porém, teria que ser complementada com outras duas ações. Um transformador, de 100 toneladas, seria desmontado e trazido por balsa de Laranjal do Jari, no sul do Estado. Ao chegar em Macapá, o equipamento seria montado e testado e somente após isso, em um prazo calculado de 15 dias, é que o Amapá ficaria 100% iluminado novamente.
A ação ainda teria que ser complementada com o transporte de um terceiro transformador de Roraima, passando por Manaus e vindo até o Amapá, em um prazo informado de 30 dias. Esse terceiro componente, seria de sobressalência.
Água terminando, fila nos postos
As casas estão sem água, porque também ficou paralisado o sistema de distribuição de água. Com isso, água mineral também tem sido utilizada para higiene e asseio doméstico. As distribuidoras de água estão lotadas de filas desde as primeiras horas da madrugada.
O mesmo ocorre com os postos de gasolina. Pães frescos, também são item em falta, assim como velas supermercados e comércios dos bairros.
Comunicação e caixas eletrônicos
A internet ficou paralisada em quase todo o Estado. Apenas as operadoras Vivo e Claro funcionam para ligações convencionais e internet em alguns momentos do dia.
Em nenhum lugar aceita-se cartões de crédito e débito, pois não há comunicação com as centrais. Com isso, houve corrida aos bancos, que estão fechados. O Banco do Brasil, chegou a colocar telas de proteção em seus caixas eletrônicos.
A alternativa foi utilizar caixas eletrônicos das redes 24 horas de farmácias e supermercados que funcionam com geradores elétricos. As filas estão, igualmente, imensas, e o macapaense ainda depende da sorte para que a comunicação não caia ou o dinheiro acabe.
Calamidade Pública
A Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) decretou Estado de Calamidade Pública por 30 dias. O decreto 3.462/2020 foi editado na quinta-feira (5). Além deste, a PMM também editou um decreto que estende o funcionamento dos postos de combustíveis por 24 horas, alterando o decreto anterior que restringia este horário por causa da pandemia de covid-19.
A PMM informou que oito caminhões pipa estão pelos bairros de Macapá distribuindo água para a população.