Por RODRIGO ÍNDIO
Celebrado nesta segunda-feira (30), o Dia do Evangélico é considerado feriado no calendário oficial do Amapá. Normalmente, a data é marcada por festas, cultos e fóruns de música gospel, além de palestras onde são discutidos assuntos referentes à religião. Em 2020, em decorrência da covid-19, a programação deu lugar a relatos de salvação.
Em todo o Estado, estima-se que existam em torno de 2 mil templos e 241 mil evangélicos, o que representa 28% da população amapaense. Os dados foram repassados pelo presidente Internacional da Associação Pró-Evangélicos do Brasil e Exterior (APEBE), entidade que tem sede em Brasília (DF) e que reúne mais de 3 mil líderes religiosos em diretórios nos 27 Estados Brasileiros, 61 municípios e 9 países.
Trazendo o legado familiar, o pastor Gesiel Oliveira também é vice-presidente da Convenção da Assembleia de Deus Zona Norte no Amapá (COMADEZON), que hoje tem 201 igrejas, 1.100 obreiros e cerca de 30 mil membros.
“Nasci no evangelho. Tenho 42 anos e 22 anos trabalho na obra de Jesus, fazendo missões em tribos indígenas, regiões ribeirinhas, consagrando obreiros, realizando batismos, casamentos comunitários, ações sociais, coordenado projetos sociais, como o Valorizando Vidas”, detalhou o pastor Gesiel.
O projeto, que existe há 8 anos, consiste no combate à depressão e suicídio no Amapá entre adolescentes e jovens. Atua em escolas, praças, associações e igrejas com um grupo com teatro, música, bandas, fantoches, levando a este público a palavra de Deus, de encorajamento, motivação e incentivo.
“Muitos adolescentes e jovens já foram salvos no momento em que estavam com a corda no pescoço e nossa equipe chegou na hora. Aí está a foto do local, de um dos tantos casos que conseguimos reverter. Claro que, infelizmente, nem sempre é possível, visto que isso é um problema social muito grave e amplo”, alerta o pastor.
Ele lembra que a Assembleia de Deus “A Pioneira”, a maior e mais antiga no Amapá, também tem um valioso trabalho com missões entre indígenas em várias tribos. Ele afirma que antes das missões chegarem, os índices de suicídios em algumas tribos indígenas eram altos.
“Depois o número caiu muito e hoje quase não ouve mais falar em suicídio nessas tribos. Lá, existem outras religiões, os índios são livres, como brasileiros para escolherem seguir o que acharem melhor. Temos um cuidado muito grande em manter a cultura, linguagem e costumes deles intactos”, detalhou.
O pastor falou ainda sobre a importância da religião para o controle social.
“O trabalho realizado pelas igrejas evangélicas no Amapá é gigantesco do ponto de vista social e familiar. Sem falar que os evangélicos realizam importantes atividades que se revestem em diminuição das mazelas sociais como redução da violência, redução dos índices de suicídio, depressão, estímulo as artes, música, ações sociais, cidadania, fraternidade e valorização do indivíduo como ser atuante dentro de uma comunidade”, disse.
Para este movimento cristão, o Dia do Evangélico representa um momento de valorização e reconhecimento dessa parcela significativa da população que contribui de várias formas para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, fraterna e socialmente mais digna.
“É um trabalho silencioso, mas de efeitos perenes e profícuos para a sociedade, especialmente para a parcelas mais desassistidas da nossa população, nas regiões ribeirinhas, vilas isoladas e populações indígenas”, finalizou Gesiel.
Para celebrar a data este ano, havia sido organizado um grande “Piquenique da Família” planejado pela APEBE em parceria com várias outras igrejas. O evento seria hoje na Praça Floriano Peixoto, no Centro de Macapá, no entanto, por conta dos decretos de controle da pandemia, a programação foi suspensa.
Contudo, ficou acertado que cada igreja vai realizar a sua comemoração de forma reservada, por conta dessa excepcionalidade da pandemia.