Por SELES NAFES
O ex-candidato a prefeito de Macapá pelo PSOL, Paulo Lemos, não apoiará nenhuma das duas candidaturas que estão no 2º turno. O motivo é o mesmo que influenciou o Professor Marcos (PT) a tomar decisão igual, e que também é motivo de muito debate na frente PSB/Rede, de Capi: a ligação com a direita.
O deputado estadual e advogado Paulo Lemos, de 48 anos, terminou o 1º turno com 3,96% dos votos, o dobro do candidato do PT, Professor Marcos (1,52%). O PSOL ainda disputou as prefeituras de Ferreiras Gomes e Calçoene, mas não elegeu nenhum prefeito.
Paulo acredita que o resultado no geral foi positivo, mas admite que poderia ter sido bem melhor se a esquerda não estivesse rachada. Ele também revelou quem gostaria de apoiar se tivesse passado para o 2º turno.
Por que não apoiar Josiel (DEM) e nem Furlan (Cidadania)?
Porque são de grupos ligados ao Bolsonaro, que defende projetos para nós considerados um retrocesso. O Furlan, por exemplo, se aliou agora a candidaturas bolsonaristas, como Patrícia e Cirilo
Mas deixando a ideologia de lado, as propostas locais não pesam?
Sim, mas eles não têm nenhuma que seja semelhante às nossas, que previam atenção à periferia e à diversidade
Que tipo de atenção?
Nas periferias defendemos o investimento em cultura, ocupação organizada das áreas (de ressaca) já consolidadas, impedir novas ocupações…
Como o partido se saiu na disputa por prefeituras de outros municípios?
Não foi bom (em Calçoene e Ferreira Gomes), e nem em Itaubal, onde tínhamos uma candidatura de vice, mas que ainda teve 30% dos votos.
E nas câmaras?
Em Oiapoque tivemos a 4ª candidata a vereadora mais votada, mas não foi eleita porque a legenda não atingiu o coeficiente
Então, por que você diz que a avaliação do PSOL nessa eleição foi boa?
Nós conseguimos quase 4% dos votos (na capital). Foi o 5º melhor desempenho (do PSOL) nas capitais, ficando à frente do Rio de Janeiro. Perdemos as eleições, mas saímos maiores do que entramos, mesmo com o isolamento que enfrentamos com a saída de lideranças que foram apoiar o Josiel
Qual o futuro do PSOL?
Tentar recompor a aliança progressista, com o PT, PSB, PCdoB, Rede para ver como estaremos nas eleições de 2022. Temos nomes como a professora Sônia Andrade que pode disputar o governo e a Alzira para o Senado, além de outros belos quadros.
Por que não deu para fazer essa aliança este ano?
Os diálogos ocorreram, mas não houve acordo. Se o Capi tivesse passado para o 2º turno, íamos declarar apoio a ele. Mas não podíamos falar sobre aliança quando já haviam candidaturas colocadas.