Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Trabalhadores rodoviários da empresa Sião Thur ameaçam cruzar os braços a partir da próxima segunda-feira, 1° de fevereiro. Os motoristas e cobradores reclamam de salários atrasados.
O pagamento do mês de dezembro e o décimo terceiro salário não foram pagos, reclama o sindicato da categoria.
Max Delis, presidente do Sincootrap – o sindicato dos rodoviários –, contou que pior ainda foi o fim de ano para o rodoviário, pois os trabalhadores ficaram em casa, sem nada. O máximo que a Sião Thur faz, de vez em quando, segundo o sindicalista, é dar vales no valor de R$ 200 ou R$ 300. O problema dos atrasos, seria antigo.
“Os trabalhadores do grupo Sião Thur estarão cruzando os braços por falta de pagamento. O empresário na hora que os trabalhadores pararam por uma hora na garagem prometeu que ia pagar os atrasados e até agora não cumpriu, como nunca cumpriu nada que tem prometido para os seus trabalhadores. O pagamento atrasado vem há cinco anos. Essa empresa nunca pagou um salário sequer em dia e agora na pandemia piorou mais. Uma grande irresponsabilidade do dono, que é também o presidente do Setap”, reclamou Max Delis.
Segundo o Sincootrap, a empresa Sião Thur representa 100% das linhas de ônibus de Santana e cerca de 60% das linhas de ônibus de Macapá, sendo a maior do Estado. O sindicato trabalhista disse já ter informado à todas as autoridades e ao sindicato patronal, via email, sobre a paralisação.
Setap
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) declarou que não foi formalmente informada sobre a paralisação e que tal fato deve seguir regras.
“Qualquer tipo de paralisação no sistema de transporte, que é um dos serviços essenciais e desde 2015 está no rol de serviços essenciais ao cidadão junto com saúde e educação, tem que obedecer um rito. Não se pode parar ônibus sem se observar o mínimo de circulação, sem ser garantido com pelo menos 72 horas de antecedência o aviso, tem todo um rito a ser cumprido e nada disso foi feito, então dificilmente vai haver uma paralisação considerando que hoje já é dia 28, estamos caminhando para o dia 29”, declarou Renivaldo Costa, assessor de comunicação do sindicato patronal.
Quanto aos salários atrasados, Renivaldo negou que haja cinco meses de salários atrasados, como chegou a afirmar o sindicato dos empregados. Mas admitiu, no entanto, o atraso no pagamento do mês de dezembro e que alguns trabalhadores ainda estão recebendo este salário de dezembro e o décimo terceiro.
Segundo o Setap, isso se deve às dificuldades que as empresas enfrentam pela pandemia. De março até este ano, argumenta o sindicato, o prejuízo das empresas teria sido de cerca de R$ 31 milhões e mesmo sem auxílios governamentais, as empresas mantiveram os salários. Nos meses de queda maior por causa das férias, como dezembro, manter os salários em dia não foi possível.
Por fim, o Setap informou que o compromisso da empresa é que até o dia 10 de fevereiro todos os salários de dezembro e o décimo terceiro salário terão sido pagos a todos os trabalhadores.