2 dias depois de soltar, juíza manda prender executor de mototaxista

A liberdade foi concedida após demora do MP para enviar a denúncia. Ministério Público disse que houve atraso da autoridade policial
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Por SELES NAFES

Dois dias depois de mandar soltar por excesso de prazo na prisão preventiva, a juíza Simone dos Santos, a 1ª Vara do Tribunal do Júri de Macapá, mandou prender de novo o assassino confesso de um mototaxista, morto por ordem de uma facção criminosa.

Adriano Tavares Pureza, o Calango, estava preso desde o dia 11 de janeiro depois que uma equipe do Bope o encontrou usando o telefone da vítima, Silvan dos Santos Farias, de 39 anos. O trabalhador estava desaparecido desde o dia 25 de dezembro passado.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado, Silvan apanhou Adriano no Bairro Zerão, por volta das 16h, como passageiro. A corrida seria até um sítio na Rodovia AP-440, na zona oeste de Macapá.

De acordo com os autos do processo, quando chegou ao local, Adriano se armou com um facão e desferiu golpes no pescoço da vítima, que caiu agonizando. Ele terminou a execução cruel com pauladas que quebraram os braços de Silvan.

Em seguida, com a ajuda de um carrinho de mão, jogou o corpo do mototaxista dentro de um poço amazonas, onde também atirou água sanitária, gasolina e folhagens para inibir odores. Ao ser flagrado com o celular do mototaxista, Adriano mostrou aos policiais o local onde havia escondido o corpo.

De acordo com o inquérito enviado pela Delegacia de Homicídios (Decipe), Adriano trabalha para uma facção que teria enviado a ele uma mensagem de “salve”, código que significa a execução de um desafeto. O mototaxista teria sido marcado para morrer depois de “mexer” com a esposa de um criminoso que cumpre pena no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). 

Policiais no local do crime. Foto: Olho de Boto

Calango: morte ordenada por facção

Silvan dos Santos Farias: morte cruel com golpes de facão e pauladas

Demora

Apesar da crueldade do crime, na última quarta-feira (24), a magistrada havia mandado soltar o assassino confesso porque o MP ainda não havia enviado a denúncia ao judiciário, o que caracterizava excesso de prazo na prisão. O MP divulgou uma nota afirmando que houve demora da Decipe para encaminhar o inquérito.

Ainda não há confirmação de uma nova prisão de Adriano, que já responde a processos por furto e roubo. Neste processo, ele foi denunciado por homicídio qualificado. 

“(…) Não está apto para o convívio social, pois continua a cometer delitos, sendo que desta vez praticou um homicídio a mando de uma facção criminosa, motivo pela qual não vejo outra medida que não a decretação da prisão do mesmo, para fins de garantia da ordem pública”, comentou a juíza em sua decisão.

Seles Nafes
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