“Passaremos a outro patamar”, diz dono da Ford no Amapá

Otaciano Júnior nega que a loja deixará na mão quem já comprou veículos mais populares
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Por SELES NAFES

A confirmação de que a Ford fechará 160 concessionárias em todo o Brasil deixou clientes de orelha em pé no Amapá, e com razão. Na capital, Macapá, existe apenas uma concessionária.

Contudo, o representante da marca no Amapá e diretor regional da Federação Nacional de Distribuidoras de Veículos Automotores (Fenadav), o empresário Otaciano Júnior, garante que a Ford não fechará, mas vai passar para outro patamar, numa analogia bem-humorada com o campeão brasileiro de futebol.

A Ford vai fechar no Amapá? Como está a negociação com a empresa?

Não vai fechar. Nós estamos numa capital, e é claro que a marca não pode deixar de funcionar numa capital. Em Belém, por exemplo, existem duas. Vai fechar uma. Em Fortaleza são 4 concessionárias e 5 ‘casas’ (pontos de venda), mas não cabe mais esse número. Cabia quando tinha volume do pós-venda. Em Teresina (PI) das duas apenas uma vai ficar funcionando.

Amapá tem apenas uma concessionária da Ford, na zona oeste de Macapá. Foto: Seles Nafes

Como fica a assistência técnica e manutenção para quem já tem um Ford?

Não haverá problema. Os carros que mais geravam volume (como Ka e Ecosport) deixam de ser vendidos (o que deve aliviar o movimento pós-venda). Cerca de 30% das pessoas que compram carros deixam de fazer a manutenção nas concessionárias e por isso pedem as garantias. Além disso, a legislação obriga os fabricantes a continuarem produzindo peças por pelo menos 10 anos, e depois disso quem continua produzindo são as autopeças paralelas, por isso é possível encontrar peças novas de Escort e até do Tempra, por exemplo, que saíram de linha há mais de 20 anos.

E qual vai ser o destino da Moseli sem vender os carros que mais tinham saída, como o Ka e o Ecosport?

A Mitsubishi, por exemplo, no ano passado vendeu 208 carros. Desse total, 207 foram picapes L-200. No nosso caso, temos a Ranger e outros modelos acima de R$ 140 mil. A Ford no Brasil será uma marca premium. Ou seja, só não vamos mais vender carro barato. Tá igual Flamengo, vai pra outro patamar (risos).

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Haverá impacto em postos de trabalho?

Muito pouco. As concessionárias já vinham trabalhando de forma integrada. Faremos uma reforma para receber mais três marcas: a Peugeot, a Citroen e a Caoa Chery. Será um centro e veículos. Em vez de vendermos 800 carros por ano vamos vender 200, mas o tíquete médio que antes era de R$ 60 mil vai para R$ 160 mil. Na verdade, vai aumentar a quantidade de funcionários daqui a oito meses, quando for tudo inaugurado.

Quais serão os carros da Ford nessa nova roupagem premium?

Além da Ranger, temos o Territory (SUV) e em junho chega o Bronco, que nos Estados Unidos está com lista de espera de 70 dias. Será o concorrente do Compass (Jeep).

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