Perito refaz momentos finais de empresária morta pelo namorado

Reprodução feita pela acusação no processo procurou produzir provas e combater tese da defesa
Compartilhamentos

Por OLHO DE BOTO

Os advogados e a perícia que atuam na acusação do processo que apura o homicídio da empresária Ana Kátia Silva fizeram uma reprodução simulada independente, na tarde de sábado (7). O objetivo era reconstituir passo a passo os instantes finais que culminaram na morte da vítima pelo namorado, o policial civil Leandro Freitas, de 30 anos, e contestar a tese da defesa do acusado.

No dia 8 de julho do ano passado, a empresária foi morta com um tiro dentro do carro do namorado após uma discussão com ele. O veículo estava estacionado em frente a uma residência no Bairro Jardim Equatorial, na zona sul de Macapá, onde o casal havia participado de uma festa de aniversário.

Leandro foi preso em flagrante e a prisão foi convertida em preventiva. Em novembro, depois de virar réu no processo, ele ganhou o direito de aguardar o fim do processo em prisão domiciliar.

Ontem, um perito contratado pelos advogados da família de Kátia conduziu a reprodução simulada usando um carro similar ao do policial e um simulacro de arma de fogo no mesmo local do crime.

“É para levantar informações pertinentes ao caso, confirmando se as versões condizem com a realidade. Apuramos a dinâmica. Pegamos todos os elementos similares do dia, e confirmamos como tudo aconteceu. Não existe nenhuma dinâmica possível que permita identificar o filho da vítima como autor, e sim o policial”, explicou o perito Eduardo Llanos, que produzirá relatório a ser entregue aos advogados da família.

Advogado Renato Nery, perito Eduardo LLanos e advogado Paulo Sá. Foto: Olho de Boto

Parentes e amigos da vítima acompanharam a reprodução

Reprodução ocorreu na rua onde o crime aconteceu

Para o advogado Paulo Sá, a reprodução foi importante para contraditar a tese da defesa conduzida pelo advogado Charles Bordalo, que tenta incriminar o filho da empresária. O colega dele, o advogado Renato Nery, acrescentou que o processo é carente de provas com fotografias reproduzindo a dinâmica do crime.

“O autor do disparo todos nós sabemos, mas precisávamos de uma prova como essa porque estava só o acusado e a vítima na hora do crime. A possibilidade de ter sido o filho da vítima é zero, primeiro pela distância do disparo e o filho estava dentro do imóvel quando ouviu o tiro saiu para ajudar a sua mãe. Ele nem sequer foi indiciado e denunciado, e nos surpreende a tese da defesa”, comentou o advogado Renato Nery.

Leandro e Kátia, que tinha 46 anos, tinham se conhecido há poucos meses

No dia 6 de abril, uma audiência judicial deve decidir se o policial será julgado pelo Tribunal do Júri. 

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!