Pivô da ‘noite sangrenta’ se entrega

Em setembro, Chacal matou um desafeto de outro grupo gerando uma série de mortes
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Por SELES NAFES e OLHO DE BOTO

O homem acusado de participar da matança que ficou conhecida como a ‘noite sangrenta’, no dia 12 de setembro do ano passado, se entregou à Polícia Civil de Oiapoque, cidade a 590 km de Macapá, na noite desta quarta-feira (24). Horas antes, Emídio de Moraes Santana, o Chacal, de 37 anos, tinha conseguido escapar do cerco da polícia.

Em colaboração com a Delegacia de Homicídios de Macapá (Decipe), investigadores de Oiapoque tinham recebido a informação de que Chacal estava na cidade. Durante dois dias, as equipes fizeram várias campanas em locais onde ele poderia aparecer, mas nenhuma deu certo.

Ontem, as buscas levaram os agentes até uma embarcação pesqueira que estava ancorada no porto da cidade. A informação era de que Chacal estaria trabalhando no barco. Era verdade,

Contudo, ao perceber a aproximação dos policiais, o criminoso se jogou no rio e conseguiu fugir. Mais tarde, policiais conseguiram encontrar o irmão dele.

“O irmão disse que ele estaria disposto a se entregar, que estava aparentemente machucado. (…) Ele foi trazido até o Ciosp pelo irmão num táxi, os agentes da Polícia Civil vieram atrás e aqui efetuaram a prisão dele”, explicou o delegado Bruno Almeida, do Ciosp de Oiapoque.

Chacal se apresentou ontem noite na delegacia de Oiapoque. Foto: Reprodução

Delegado Bruno: irmão informou que Chacal queria se entregar

Estopim

Na noite de 12 de setembro, a polícia afirma que Chacal matou a tiros Wendel Saraiva Pinheiro, de 29 anos, no conjunto Açucena, no Bairro do Muca, na zona sul de Macapá.

“Ele foi o estopim. O Wendel era de um determinado grupo criminoso e o Chacal desrespeitou um regramento das organizações, matando um componente de um grupo rival, o que deflagrou as mortes de ambos os lados”, explicou o delegado Wellington Ferraz, que comemorou o sucesso na busca por Chacal. Nas horas seguintes, foram 9 homicídios em sequência num período de 14 horas.

Na semana passada, a polícia decidiu divulgar a foto de Chacal.  

“Logo depois da divulgação da foto dele, em vários veículos de comunicação, nós começamos a receber as primeiras informações sobre o paradeiro dele”, revelou.

Delegado Wellington Ferraz: estopim

De acordo com o delegado, Chacal também estava cumprindo prisão em regime semiaberto por outro crime, e depois do homicídio em Macapá fugiu para Calçoene, onde chegou a ser apresentado por policiais militares na delegacia de polícia da cidade. Ele estava circulando na rua fora do horário permitido pela justiça.

“Acontece que naquela época a justiça ainda não havia emitido um mandado de prisão para ele (pelo homicídio em Macapá)”, explicou Ferraz.

Chacal ficará preso em Oiapoque, até que haja o pedido de transferência dele para Macapá, onde correm os inquéritos dos homicídios da noite sangrenta.

Seles Nafes
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