Por RODRIGO ÍNDIO
O Governo do Amapá anunciou em suas redes sociais oficiais que vai comprar 450 mil doses da vacina russa Sputinik V contra a covid-19. O contrato de compra tem previsão para ser assinado nesta segunda-feira (22) pelo governador Waldez Góes (PDT).
Hoje pela manhã, durante entrevista coletiva, o superintendente de Vigilância em Saúde, Dorinaldo Malafaia, explicou que essas doses ampliam significativamente a vacinação. A ideia é alcançar pessoas acima de 18 anos.
“A nossa expectativa é que em maio nós já tenhamos aqui os primeiros lotes da vacina Sputinik sendo distribuída para a população. Maio, junho e julho é um período significativo, importante, que já permite que a gente possa fazer a cobertura vacinal de uma quantidade significativa de amapaenses”, estimou.
Malafaia disse que com os primeiros lotes já será possível aumentar para 20% a cobertura vacinal. O imunizante será adquirido com recursos do Estado. O Amapá continuará recebendo doses fabricadas pelo Instituto Butantan e Fiocruz, que são distribuídas pelo Mistério da Saúde.
Até o momento, foram entregues pelo governo estadual aos municípios 88.982 das 91.650 doses recebidas do governo federal. O Estado cobra que as cidades deem celeridade em estratégias para alcançar o público prioritário, principalmente os idosos.
Santana, Laranjal do Jari e Vitória do Jari são municípios que têm conduzido um nível de vacinação muito alto. Segundo a SVS, Macapá precisa acelerar o processo de vacinação, por concentrar 60% da população estadual e ter recebido no domingo (21), 11.620 mil vacinas.
A SVS afirma que a vacinação tem surtido efeito. Com isso o número de internação e óbitos de idosos nas unidades covid-19 já reduziu significativamente.
Variantes
Foi confirmada a circulação da variante brasileira (P.1) pelo intuito Evandro Chagas em toda a região do Vale do Jari e nas Unidades Básicas de Saúde de Macapá. Na última semana foi confirmada pelo governo francês a detecção de 17 variantes inglesas e 28 variantes brasileiras na Guiana Francesa. O entendimento é que a variante circula no Platô das Guianas (Francesa, Holandesa e Inglesa) e na faixa fronteiriça com o Brasil (Oiapoque) e numa velocidade muito alta.
“É importante que as pessoas entendam agora que não temos mais apenas aquela faixa de risco como antes, como pessoas com comorbidades, de pessoas de 50 anos. Hoje, temos uma mudança nessa característica. As pessoas mais jovens têm sido acometidas, são internadas e permanecem no leito de UTI ou clínico por mais tempo”, destacou Malafaia.
Vacina Sputinik V
A vacina tem mais de 91% de eficácia comprovada e está sendo aplicada em duas doses em mais de 50 países em todo o mundo.
A aquisição do lote de vacinas aconteceu após a conferência virtual com integrantes do Fundo Soberano Russo e do Consórcio dos Governadores da Amazônia, para tratar da compra do imunizante.
A Sputnik V, imunizante produzido pelo Instituto Gamaleya, ainda não possui liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil.
Na sexta-feira (19), a Anvisa informou que ainda faltam documentos complementares para análise do uso emergencial da Sputnik V e deu prazo até 16 de maio para o recebimento dessas informações, o que deve ser acontecer já nos próximos dias.
O pedido da farmacêutica brasileira União Química para uso emergencial do imunizante foi feito no dia 15 de janeiro.
Cada dose da Sputnik V custa cerca de US$ 10 (R$ 55,30 na cotação atual) e usa dois vetores de adenovírus diferentes em cada uma das duas doses.