Por SELES NAFES
Morreu neste sábado (10) o escritor Leão Zagury, de 72 anos, em função de complicações decorrentes da covid-19. Ele estava internado em um hospital do Rio de Janeiro, cidade onde nasceu. Mas foi em Macapá, durante várias décadas, que ele desemprenhou um papel fundamental na literatura com obras e ações de incentivo à leitura.
Zagury era filho de uma tradicional família judaica-marroquina de comerciantes pioneiros em diversos negócios. Tiveram a primeira revenda da Ford, foram representantes do Guaraná Flip e abriram a primeira agência da Varig.
Leão Zagury se dividia entre os negócios e a cultura. Foi um dos responsáveis pela criação do Dia Estadual da Poesia e lançou livros como Ciranda Matinal (1991), Cidade sem Rosto (1993), Ciranda Matinal II (1997), Expectativa (2001) e Expectativa Vol. II (2003).
Durante vários anos, acompanhou escritores locais em idas a escolas públicas onde apresentavam livros e faziam palestras.
“Fizemos isso muitas vezes. Ele mandava um cinegrafista acompanhar a gente e filmar. Levou tudo para o Rio de Janeiro quando viajou para lá”, lembra o presidente da Associação de Escritores do Amapá, Paulo de Tarso.
Zagury foi um dos primeiros a escrever sobre a produção literária acompanhado de Darlan Falconery.
“Foi um desbravador que abriu caminhos para outras pessoas. Era muito interessado e ele mesmo patrocinava os livros dele”, acrescenta Paulo.
O jornalista Renivaldo Costa também lamentou a morte do amigo que conheceu nos anos 1990 quando estudava no Ieta.
“Essa foto, de 1995, foi feita após uma palestra que fizemos no Teatro das Bacabeiras. Ele falando da Eneida, de Virgílio e eu da Divina Comédia, de Dante”, acrescentou.
“Leão eram um agitador cultural e acreditava na literatura amapaense. Devo muito a ele. Leão deixará uma grande saudade”, disse o o jornalista.