Por SELES NAFES
O juiz Diego Araújo, da 1ª Vara Criminal de Macapá, aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado contra o pastor Jeremias Magno Barroso, fundador da igreja Getsêmani, em Macapá, acusado de abusos sexuais contra fieis. Neste processo, no entanto, ele responderá apenas por um dos casos envolvendo uma jovem que relatou ter sido abusada dentro da própria igreja.
Com base no depoimento da vítima, e sem mencionar datas, o MP afirma que o pastor a chamou depois do culto a uma sala reservada e perguntou se ela ainda era virgem. Ao ouvir que não, o sacerdote disse que precisava orar pela jovem, pois ela estaria possuída por uma entidade demoníaca, e pediu que a moça conduzisse as mãos dele nas partes íntimas dela.
Ao negar, o pastor pediu para tocar apenas sua barriga, pois ele teria tido uma visão de que ela estava com uma doença no útero. A jovem deixou, mas o pastor teria tentado tocar mais embaixo, no que foi impedido. Ele também teria dito que aquele momento deveria ficar apenas entre ‘pastor e ovelha’.
Em outro dia, também dentro da igreja, a vítima contou em depoimento que o pastor Jeremias pediu-lhe um abraço, o o que foi atendido de forma breve. Contudo, ele reclamou da forma como foi abraçado.
“Isso é jeito de abraçar seu pastor?”, teria questionado o sacerdote, perguntando em seguida se ela já estava namorando, pois seria necessário que ele fosse comunicado. Afinal, ela era dele e não deveria ser de mais ninguém, diz a denúncia.
“Vale ressaltar que há outros registros de ocorrências contra o denunciado, onde o mesmo teria praticado contra outras fiéis crime idêntico a este denunciado, bem como fartos depoimentos testemunhais. Existem inúmeros prints de conversas entre o denunciado e outras vítimas”, dia trecho da denúncia assinada pelo promotor de justiça, Marco Antônio Vicente.
Ao analisar o pedido para que Jeremias seja processado por ato libidinoso, o juiz Diego Moura também avaliou o pedido de oito mulheres que queriam atuar como assistentes de acusação no processo. O magistrado concordou que apenas a uma delas caberia esse direito, por constar na denúncia como a vítima. O MP também pede o pagamento de uma indenização como reparação a danos sofridos pela vítima.
Jeremias Barroso continua preso no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) desde de fevereiro, quando a justiça decretou a preventiva dele por suposta a ameaça a uma das vítimas. No começo do mês, ele ganhou uma liminar que lhe garantiu o pagamento integral do salário como auditor fiscal da prefeitura de Macapá, onde recebe R$ 13 mil.