UBS atenderá apenas covid e funcionários contestam

Segundo funcionários, unidade localizada na zona sul de Macapá, não teria capacidade estrutural para atender a pacientes infectados.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Uma mudança no atendimento à pacientes com suspeita de covid-19 feita pela Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) deixou funcionários da recém reformada UBS Rubim Aronowitch, no Bairro Santa Inês, orla sul da capital, preocupados e cheios de incertezas.

Assim como as UBSs Lélio Silva e Marcelo Cândia, a unidade também passará a realizar o ‘atendimento de porta’, ou seja, a primeira consulta que o paciente busca, ainda sem saber se está ou não com covid-19.

E mais: a UBS vai absorver toda demanda desta natureza que era atendida pela unidade vizinha, localizada a poucos metros dali, o Centro de Covid do Santa Inês, que agora passará a ser exclusivo para pacientes já diagnosticados em estado grave.

Assim, os serviços de emergência clínica e outros que eram feitos no Rubim Aronowitch passarão todos para a UBS do Perpétuo Socorro, na zona leste de Macapá. A mudança deverá ocorrer ainda durante essa semana, segundo a PMM.

Ao Portal SelesNafes.com, em anonimato, trabalhadores de saúde do Rubim Aronowitch, levantaram questionamentos e preocupações.

UBS Rubim Aronowitch vai absorver o ‘atendimento de porta’…

… que era feito no Centro de Covid do Santa Inês. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

Eles consideram que o Centro de Covid Santa Inês já tem todo um fluxo e uma preparação para atender casos de covid: entradas diversas e uma exclusiva de funcionários que contam com vestiários, roupas específicas e Equipamentos de Proteção Individual (EPI), banheiro para asseio e banhos.

Na Rubim Aronowitch os trabalhadores contam que sequer lavam as mãos, pois a água é suja e barrenta. Por isto, também não tomam banho e a UBS tem apenas duas entradas e salas muito pequenas e nada arejadas.

Espaço da UBS Rubim é pequena e não teria condições de suportar a demanda, segundo funcionários

Essas características, aliadas à falta de informações mais precisas, preocupam trabalhadores, que pensam na segurança dos pacientes e também nas suas e de seus familiares.

“Tudo o que está sendo feito é, também, por uma questão de grande demanda de pacientes críticos que as nossas unidades de covid estão recebendo e também por uma questão de maior segurança e a própria exigência das autoridades em relação à segurança do paciente mesmo”, explicou Alessandra Reis, coordenadora municipal de média complexidade.

Com 15 leitos de estabilização com mais recursos, como por exemplo ventilação mecânica através de intubação, mesmo não sendo um leito de UTI, o centro do Santa Inês tornou-se uma importante referência no tratamento de covid em Macapá.

Centro de Covid do Santa Inês passará a ser exclusivo para pacientes já diagnosticados em estado grave

Alessandra Reis informou que a mudança ainda depende de diversos ajustes, como por exemplo o pleno funcionamento da usina de oxigênio que a PMM está montando atrás do Centro de Covid do Santa Inês.

A situação nesta terça-feira (6) não era de lotação, pois alguns pacientes conseguiram ser transferidos para o Hospital Universitário.

Seles Nafes
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