Caso Tieli: Preso preventivamente há quase 3 anos, acusado perde novo HC

Relatora do processo concluiu que não há ilegalidade na prisão e laudos precisam ser incluídos no processo
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Por SELES NAFES

O ocupante do carro que atropelou e matou a estudante Tieli Alves Medeiros, de 23 anos, em outubro de 2018, teve mais uma vez a liberdade provisória negada. A decisão unânime foi do pleno do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap).

Elber Nunes Zacheu está preso preventivamente desde a época do crime. Os pedidos de liberdade foram sucessivamente negados pelo mesmo motivo: garantia da ordem pública. No julgamento do recurso contra uma decisão da 2ª Vara Criminal de Santana, os magistrados seguiram o voto da relatora, a desembargadora Sueli Pini. Para ela, os motivos para a prisão ainda estão presentes.

O advogado do motorista, Kleber Assis, alega constrangimento ilegal no excesso de prazo da prisão preventiva, e contesta a decisão da 2ª Vara que prorrogou várias vezes o prazo para a inclusão de laudos periciais pela Polícia Técnica (Polietc). Os laudos são das câmeras de segurança e da perícia no carro de Zacheu, que quase 3 anos depois da morte da jovem ainda não estão no processo. 

Na madrugada de 18 de outubro de 2018, Elber e o amigo Johny Amoras se envolveram num bate-boca com o casal em um bar na cidade de Santana, a 17 km de Macapá.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, baseada no inquérito policial, Raulian e Tieli deixaram o estabelecimento e foram seguidos pelos dois amigos no caso de Elber, que teria atirado o veículo de forma intencional contra a motocicleta do casal, arrastando o veículo por vários metros. Tieli morreu no hospital depois de uma semana, e Raulian teve ferimentos leves.

Ao analisar o novo habeas corpus, a desembargadora concordou com a dilação do prazo, e negou que haja constrangimento ilegal por excesso de prazo na prisão. Segundo ela, assim que os laudos foram incluídos o julgamento será marcado.

Raulian e Tieli foram atingidos pelo carro quando estavam na motocicleta

(…) O clamor público ainda é muito grande, o que, aliás, pode ser constatado em comentários nas redes sociais e na mídia local. E não poderia ser diferente, tendo em vista a elevadíssima gravidade da conduta criminosa e das circunstâncias que a envolveram, pois segundo a denúncia e as matérias jornalísticas amplamente veiculadas nas mídias locais, o ora paciente, motivado por vingança decorrente de uma discussão, jogou um automóvel contra a motocicleta onde estavam as vítimas”.

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