Por SELES NAFES
Policiais civis e militares do Amapá fecharam uma casa de prostituição no município de Oiapoque, a 590 km de Macapá, na madrugada desta terça-feira (18), durante mais uma operação da campanha Maio Laranja. Uma órfã foi encontrada sendo explorada sexualmente, enquanto outra adolescente estava fazendo sexo com um pescador dentro do estabelecimento.
A ação teve como alvo o Bar das Poderosas, localizado no Bairro Central da cidade. No local, policiais acompanhados de conselheiros tutelares e servidores da justiça encontraram uma menina de 14 anos. Ela declarou ter sido recrutada no município de Santana para fazer programas em Oiapoque, e afirmou que os pais e a bisavó morreram.
Ela também disse aos policiais que chegou a ser adotada por um casal no ano passado, mas só morou com eles durante dois meses, até ser devolvida a um abrigo.
“Os pais dela já são mortos, e ela foi criada pela bisavó. Quando ela morreu, a menina disse que o mundo dela desabou. Ela tem irmãos, mas não sabe por onde eles andam”, explicou o delegado Charles Corrêa, que comandou a operação.
Dentro do ‘bar’, uma adolescente de 17 anos estava se prostituindo dentro de um quartinho com um pescador de 51 anos, que foi preso. Ele é natural de Vigia, no Pará.
Além dele, a gerente do Bar das Poderosas (casaco preto na foto) e duas mulheres de 27 e 26 anos, que teriam induzido as jovens a fazer os programas, foram conduzidas para o Ciosp do Oiapoque onde foram autuadas por exploração sexual de menores.
De acordo com o delegado Charles Corrêa, as duas garotas foram recrutadas em Santana a receberiam R$ 200 por cada programa. O Bar das Poderosas tinha uma comissão de R$ 30.
Abrigo
No caso da adolescente de 14 anos, o Conselho Tutelar de Oiapoque vai enviá-la de volta a Macapá ainda nesta terça-feira, e será devolvida ao abrigo de onde fugiu. A garota de 17 anos, que antes de chegar em Oiapoque estava se prostituindo com a irmã de 18 anos no garimpo do Lourenço, também será encaminhada para o abrigo.
“A menina de 14 anos disse que o abrigo é bom, é organizado e elas têm os quartos delas. Eu pedi pra ela continuar lá até os 18 anos, quando poderá sair para tentar uma vida melhor”, narrou o delegado.