Após Anvisa liberar Sputinik com restrições, Amapá avalia novas medidas judiciais

Condicionante da Anvisa limita o uso em apenas 1% da população de cada estado, o que permite ao Amapá usar apenas 4,5 mil doses das 45 mil contratadas.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciar na última sexta-feira (4) a liberação da importação excepcional e do uso com restrições da vacina Sputnik V, da Rússia, o governador, Waldez Góes (PDT), se pronunciou sobre as tratativas e aquisição nesta terça. Das 37 milhões de doses contratadas por estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, 450 mil doses são do Amapá.

Entretanto, a Anvisa só fez liberação para aplicação restrita a 1% da população dos estados que importaram o lote da Rússia para ter resultados de efetividade. Waldez disse que, neste caso, o Amapá receberia apenas 4.500 doses.

“A princípio são seis estados do Nordeste, mas isso vai servir para todos os estados [que fizeram contrato]. Só que a gente não tá aceitando isso de 1%, porque pode gerar um complicador no contrato com o Fundo Russo”, explicou Waldez.

Waldez falou que isso pode levar à elaboração de outros contratos seguidos de outras solicitações para liberação, o que irá retardar a imunização. Para isso, uma Comissão Estadual estuda todas as possibilidades, inclusive de novas ações jurídicas.

“E se depois a Anvisa não quiser liberar a importação do restante? A gente vai dá causa a um contrato com o Fundo Russo. Esse contrato também tem condicionantes. Então, o certo é a Anvisa aprovar todo o lote contratado e colocar as suas condicionantes. Então, a gente tá ainda dirimindo com a Anvisa e o Fundo Russo esta questão”, acrescentou o governador.

Frasco com a vacina Sputnik V em clínica em Rostov-On-Don, Rússia. Foto: Reuters

Mesmo assim, o estado quer evitar um imbróglio jurídico, afirmou Waldez. Com isso, as Procuradorias dos estados estão buscando saber como proceder diante da autorização e condicionantes estabelecidas pela Anvisa.

“Todos os dias temos reuniões. Espero que, pelo menos, referente ao posicionamento da Anvisa, que até o final desta semana tenhamos também nosso posicionamento tomado”, finalizou Waldez.

Sputnik V

A Sputnik V produzida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya, tem uma eficácia acima de 94%, sendo utilizada em mais de 65 países. É uma vacina de vetor viral (mesma tecnologia de Oxford/AstraZeneca e Johnson) e é aplicada em duas doses, que podem ser dadas com até 3 meses de diferença.

O Amapá firmou contrato para compra de 450 mil doses em 225 mil tratamentos. Cada esquema contendo duas doses custa US$ 19,90. Ou seja, na cotação atual do dólar nesta terça-feira, cada dose custaria R$ 100,19, aproximadamente.

A Sputnik V produzida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya, tem uma eficácia acima de 94%, sendo utilizada em mais de 65 países. Foto: Divulgação

Mais vacinas

Nesta quarta-feira (9), o Amapá recebe 8.190 doses da vacina Pfizer que poderão ser repassadas imediatamente aos 16 municípios. É o maior lote do imunizante já recebido pelo estado desde que a Pfizer começou a ser usada no Brasil.

Antes, as vacinas precisavam ficar guardadas sob ultra baixa temperatura e apenas a Central de Imunobiológicos do Estado podia abrigá-las. Porém, a Anvisa autorizou armazenar os imunizantes por até 31 dias em uma temperatura controlada entre dois e oito graus.

Mais vacinas devem chegar do Plano Nacional de Imunização (PNI) para atender o público ribeirinho

Mais vacinas devem chegar do Plano Nacional de Imunização (PNI) para atender o público ribeirinho. No Amapá existem, comprovadamente, 42 mil. O estado terá direito a mais 30 mil doses de vacinas para este público.

Existe, também, outra frente para aquisição da ButanVac que já tem memorando de intenção de compra aguardando a liberação.

Seles Nafes
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