Por SELES NAFES
A crise entre os dois principais nomes do PCdoB e uma dificuldade imposta pela atual legislação eleitoral podem inviabilizar o partido nas eleições do ano que vem, no Amapá. Os problemas internos começaram com o racha entre dois aliados antigos: Dorinaldo Malafaia, atual superintendente da SVS e um dos principais nomes do governo na condução do combate à pandemia, e a deputada federal Professora Marcivânia.
O Portal SelesNafes.Com apurou que as divergências entre os dois começaram no ano passado, quando Marcivânia disputou pela 3ª vez a prefeitura de Santana e foi novamente derrotada. Dorinaldo era contrário à candidatura desde o início.
Por outro lado, o staff de Marcivânia vê Dorinaldo como responsável pelo fato de nenhum candidato a vereador ter sido eleito na capital. Dorinaldo havia ficado responsável por coordenar parte da campanha proporcional, mas estava mais focado no combate à pandemia.
A derrota em Macapá e Santana, os dois principais colégios eleitorais do Amapá, consolidou o afastamento entre os dois. A parlamentar teria feito tentativas para que o governador Waldez Góes o exonerasse do comando da SVS. Aliados de Marcivânia negam esse movimento, mas admitem que alguns nomes do partido estavam insatisfeitos com a atuação de Dorinaldo no órgão, e teriam feito movimento pela substituição.
Hoje, completamente rompidos, os dois permanecem no PCdoB, mas podem sair a qualquer momento. Pré-candidato a deputado federal ou estadual, Dorinaldo teve muita visibilidade na pandemia, sabe se comunicar e é prestigiado internamente no governo, tanto que ele não é mais visto como indicação do PCdoB ou de Marcivânia, atual presidente da legenda. Superintendente da SVS há 3 anos, ele tem dito a aliados que o “trabalho falou mais alto”. Dorinaldo deve sair do partido e se filiar a uma legenda centro/esquerda.
Pouco dinheiro
Para Marcivânia, que vai concorrer à reeleição no ano que vem, também existe a possibilidade de sair da legenda, mas em função da atual regra eleitoral que não permite a formação de coligações com outros partidos.
O PCdoB é considerado um partido médio, mas no Amapá tem pouca estrutura e o fundo eleitoral não seria suficiente para construir uma boa nominata (relação de candidatos).
A esperança para Marcivânia continuar no partido reside num movimento dentro do Congresso Nacional que pode mudar o regramento das eleiçoes, com tendência à adoção pelo molde ‘distritão’. Nessa formatação, candidatos mais votados são automaticamente eleitos, o que não deve ser uma dificuldade para Marcivânia. Deputada federal que finaliza o segundo mandato, ela tem base, boa atuação e possui fortes chances de renovar o mandato.