Quando equipes de fiscalização flagram festas clandestinas, o máximo que acontece é o encerramento da festa e a aplicação de multa aos responsáveis. Pelo menos foi assim, até agora. No entanto, a coordenadora do Núcleo e Inteligência do Ministério Público do Estado, promotora Andréa Guedes, disse que acabou a fase de orientar e começa agora o momento de prender pessoas que, depois de um ano e meio de pandemia, ainda desrespeitam as medidas sanitárias. O posicionamento, feito durante uma reunião de avaliação, é o mesmo dos órgãos de fiscalização que atuam no combate à covid-19.
“Infelizmente, depois de um ano e meio de pandemia, não temos mais o que orientar. As pessoas continuam desrespeitando as normas sanitárias e os decretos que disciplinam as atividades comerciais. Não temos mais tempo para orientar; vamos intensificar as operações e, se for necessário, prender os que ainda insistem em descumprir a lei”, avaliou.
A postura mais rigorosa, a partir de agora, recebeu apoio do governo do Estado.
“Já estamos em curva ascendente, no limite entre um cenário moderado e a faixa vermelha. Tivemos um aumento de até 400% nos últimos dias, resultado da grande movimentação de pessoas em festas clandestinas”, disse o superintendente de Vigilância em Saúde, Dorinaldo Malafaia.
Representantes da Polícia Militar lembraram que estão arriscando as vidas durante as abordagens em festas ilegais, e que não é possível entender porque parte das pessoas continua se comportando de forma irresponsável.
“A sociedade não está colaborando”, ponderou o capitão Iran Andrade.
A força-tarefa de fiscalização quer fazer cumprir o código penal, que prevê prisão em flagrante em situação de desrespeito a medidas que tentam evitar propagação de doença contagiosa. Além da prisão, o infrator será multado e estabelecimentos serão fechados com base em legislação federal.
Nesta sexta-feira (17), representantes da força-tarefa irão conceder uma entrevista coletiva onde irão anunciar ações mais rigorosas no próximo fim de semana.