Por RODRIGO ÍNDIO
A professora Kátia Cilene de Mendonça Almeida foi reeleita para comandar por mais 3 anos o Sindicato dos Servidores Públicos da Educação do Amapá (Sinsepeap). A eleição ocorreu na última terça-feira (15), após 3 meses de campanha.
Além de Kátia, concorreram ao pleito Ivanéia Alves, Gianfranco Gusmão, Sérgio Guedes, Ivaldo Sousa, Otávio Santos e Rildo Frederico (chapa independente para Conselho fiscal).
A disputa foi acirrada entre Kátia e Ivanéia Alves. Foram 1.297 votos contra 1.195 da segunda colocada. O Sinsepeap tem cerca de 13 mil filiados. Destes, 5 mil estavam aptos a votar. A escolha ocorreu de forma eletrônica em todos os municípios do estado e no distrito do Pacuí, zona rural de Macapá.
O resultado parcial foi divulgado por volta de 20h. Houve recontagem pela comissão organizadora interna que confirmou a vitória de Kátia por volta das 22h.
Os dados gerais devem ser oficializados até sexta-feira (18), quando termina o prazo para registro de contestação.
O sindicato comandado por Kátia é a entidade de classe mais numerosa do serviço público do Estado.
A que você atribui a sua reeleição?
Atribuo a algumas atitudes da nossa diretoria, como organizar o financeiro, o patrimônio do sindicato, resgatando também a nossa base, a credibilidade e a confiança com transparência. Ninguém paga 1% atoa, ele quer saber o que é feito com arrecadação e nós estamos mostrando para que viemos. Trouxemos ainda os sindicalizados de volta para a nossa casa, para refiliação também os federais, os estaduais. Foi crescente a filiação nos municípios. Ainda há muitos companheiros nossos que estão em escola que não são sindicalizados. Acredito que depois dessa vitória, dessa demonstração de compromisso com a categoria, vai avançar.
Com qual dívida você assumiu o Sinsepeap? Hoje quanto é a arrecadação mensal?
Nós recebemos com uma dívida de mais de R$ 500 mil só em encargos sociais. Conseguimos acertar com nossa contabilidade que é sindicalizada. Hoje, a arrecadação do sindicato continua entorno de R$ 230 mil, com os federais que voltaram a gente tem uma arrecadação de mais R$ 20 mil, então vai para R$ 250 mensal. Todas as nossas prestações de conta foram colocadas em um drive-thru e os nossos sindicalizados vieram buscar.
A abertura da ‘caixa preta’ no início de sua gestão o que possibilitou?
Isso aqui que vocês estão vendo. A sede do Sinsepeap que naquela época estava há 9 anos abandonada.
Qual a situação atual do sindicato?
Fazemos muito atendimento médico e jurídico. As pessoas também procuram muito a progressão, promoção, ações judiciais que garantam valorizar. Estamos com um processo muito grave de arrocho salarial com parcelamento de salário. Está muito grande a dívida salarial dos trabalhadores. Acho que isso nos fortalece quanto guardião de direito do sindicalizado.
Qual a principal luta do professor hoje?
Além da saúde, queremos garantir o salário do professor para diminuir esse arrocho salarial.
Qual relação do governo e o sindicato?
É silêncio. Ele não dialoga financeiramente. Queremos que o governo abra a pauta de reajuste. Agora na parte pedagógica, administrativa eu não tenho o que reclamar dos atuais secretários. Mas na pauta salarial é um silêncio só.
Quais são as prioridades deste novo mandato?
Nossa prioridade é garantir esse reajuste salarial, promoções para garantir direitos, porque isso é grave. Outra, é o patrimônio do sindicato. Vamos fazer em todas as sedes dos municípios (sedes próprias). Temos logo Mazagão, Vitoria do Jari, Oiapoque, Serra do Navio e Macapá para estruturar o sindicato com sedes próprias. E ainda continuar os serviços de atendimento aos nossos trabalhadores da educação.
O que esperar do segundo mandato?
Irei continuar essa Kátia que não arrega, que não cansa de lutar pelos direitos. Vamos abrir agora um leque de debate. Meu papel vai ser mostrar o que é o Fundeb, qual dinheiro que vem, ser transparente. Vamos lutar para que a gente garanta um reajuste pro trabalhador que está se desgastando demais nesta aula remota.
O sindicato é a favor das aulas presenciais no mês de agosto?
Vamos primeiro escutar a rede do estado sobre esse retorno. O sindicato se posiciona que só volta para as salas com a vacinação não só para os alunos, mas para pais de alunos, porque é uma rede de educação. Dialogar sobre a forma hibrida. Estamos preocupados. Se o governo do estado e as prefeituras apresentarem para nós um protocolo de segurança e que ninguém vai se contaminar, nós vamos estar juntos para voltar as aulas.