Por SELES NAFES
O vice-governador Jaime Nunes (Pros) não tem mais a mesma influência interna no governo que tinha no início do mandato, em 2019. Antes ‘dono’ de postos estratégicos do setor econômico, o empresário e político está vendo aos poucos seus aliados esvaziando gavetas. O caso mais recente ocorreu no Procon.
Eliton Franco é amigo pessoal do deputado federal Acácio Favacho (Pros), mas teve a indicação ao Procon chancelada por Jaime. Eliton foi exonerado no fim da semana passada, sem ‘aviso prévio’. A Junta Comercial (Jucap), outro órgão estratégico do setor econômico, foi desocupado pelo empresário Gilberto Laurindo, também cota do vice-governador. O Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) vinha sendo ocupado por Neiva Nunes, outra aliada de Jaime, mas ela também está sendo substituída.
O único espaço com indicação do vice-governador que ainda resta é a Agência de Desenvolvimento do Amapá (Adap), órgão técnico que também faz o meio de campo político entre o governo e o setor privado. O órgão, por enquanto, continua sendo presidido por Tânia Sousa.
As mudanças seriam técnicas, mas são muito mais políticas. E quem não tem nada a ver com a má fase entre Waldez e Jaime, mas vem se dando bem com a ruptura, é o PCdoB, da deputada federal Professora Marcivânia. O partido ampliou bastante sua participação no governo nos últimos dias.
No último dia 4, o Diário Oficial do Estado trouxe duas portarias assinadas pelo governador com nomes de dois filiados ao partido: Cleiton Brandão Rocha assume o Ipem, e o presidente do PCdoB, Luís Pingarilho, vai dirigir o Procon.
A crise entre Waldez e Jaime iniciou há cerca de dois anos com divergências sobre enxugamento de cargos, e se intensificou depois que Waldez deu sinais de que não renunciará ao cargo para concorrer ao Senado, no ano que vem, como havia sido acordado entre os dois ainda durante a campanha de 2018.
Jaime, por outro lado, tem confirmado a aliados que será candidato ao governo, estando ou não no comando do Palácio do Setentrião.