Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O delegado da Polícia Federal João Paulo Bastos, que dirige as investigações que levaram à prisão preventiva de um bombeiro militar do Estado do Amapá na Operação Lar Seguro, deflagrada na manhã desta sexta-feira (23), declarou que o investigado – que não teve o nome revelado pela PF -, aparenta estar triste e possivelmente arrependido.
O delegado atendeu o Portal SelesNafes.Com, na tarde desta sexta-feira, na sede da Superintendência da Polícia Federal, na zona norte de Macapá, onde o investigado está preso na carceragem, aguardando transferência para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). A remoção deve ocorrer ainda hoje.
Cauteloso com as informações, o delegado João Paulo preferiu não se aprofundar nos detalhes da investigação. Não revelou a patente do militar, por exemplo. No entanto, informou a idade: 42 anos.
“Foi uma prisão preventiva cumprida e durante o cumprimento da prisão preventiva ele estava incorrendo também no crime de flagrante. O flagrante foi em razão de arquivos encontrados no celular do investigado. A PF não pode afirmar que as filhas são vítimas. O que se sabe é que ele tem seis filhas menores de idade e duas netas. Duas filhas estavam sob a guarda dele”, comentou o delegado.
“Como a investigação está sob sigilo, eu prefiro não comentar qualquer tipo de medida que tenha sido tomada a partir de agora, informações se não aquela que já foi divulgada por nós. Eu não posso dizer para não prejudicar as investigações, mas ele está bem triste com o ocorrido, possivelmente arrependido”, completou.
Os mandados de busca e apreensão ocorreram na casa do militar e nos locais de trabalho do investigado, o quartel do Corpo de Bombeiros do Amapá, no 3º GBM e no Ciodes. No entanto, a única ligação com a corporação é mesmo o fato de o acusado ser parte do Corpo de Bombeiros, estando descartadas hipóteses de participação de outros militares.
Nos mandados, foram localizados 340 arquivos de vídeos na ‘nuvem’ do e-mail dele, onde ao menos 43 destes arquivos teriam sido produzidos pelo próprio acusado, e ao menos um teria imagens do suspeito abusando sexualmente de uma criança. As vítimas, informou o delegado, ainda não foram identificadas.
Corpo de Bombeiros do Amapá
A corporação lançou uma nota de esclarecimento informando que tomou conhecimento da operação, e que, apesar de ser um crime hediondo, é de natureza civil e não militar.
“As providências relacionadas ao caso devem e estão sendo tomadas pela Polícia Federal. Sendo comprovada a culpa, o militar será submetido ao conselho de disciplina na esfera militar, podendo ser excluído a bem da disciplina”, informou a instituição.
“Deixamos claro que repudiamos veementemente crimes de qualquer natureza e que estamos à disposição para prestar os esclarecimentos necessários”, conclui a nota do CBM.