Por OLHO DE BOTO
Policiais federais do Amapá deflagraram, nesta quinta-feira (22), a segunda fase da Operação Anestesia. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em órgãos públicos e nas residências de dois servidores acusados de desviar medicamentos e sedativos de intubação destinados aos pacientes de covid-19. O prejuízo teria chegado a mais de R$ 370 mil.
De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, os crimes começaram na fase mais crítica da pandemia, em 2020. Os servidores teriam impedido que os itens fossem enviados em sua totalidade para o Hospital Universitário e unidades da prefeitura de Macapá. Além disso, eles também forneciam receitas médicas.
Depoimentos e provas coletadas na 1ª fase da operação, em maio, ajudaram a PF e o MPF a aprofundar as investigações. Hoje, houve o cumprimento de mandados na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) e no prédio da Superintendência de Atenção à Saúde.
Comercialização
A PF investiga qual era a destinação dos medicamentos desviados. Segundo o inquérito, os produtos eram separados numa sala, onde uma servidora facilitava o acesso para a possível comercialização.
“Muitos medicamentos não chegavam na quantidade. O que se tem até agora é a certeza de que existem inconsistências nas quantidades. Possivelmente era vendido, mas estamos investigando a destinação”, comentou o delegado Hiroshi Sakaki, que comandou a operação.
Durante as investigações da 1ª fase, a PF descobriu que não havia controle adequado dos estoques, e itens como máscaras, luvas, álcool e testes rápidos em quantidade anormal chegaram a ser encontrados no carro de uma servidora investigada. Num dos locais, a PF apreendeu R$ 5 mil em dinheiro em justificativa comprovada.
De acordo com o delegado, dois servidores foram indiciados pelo crime de peculato, mas a PF investiga a possível participação de outras pessoas nos crimes e em valores ainda maiores desviados.