Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Seis mortes violentas foram registradas durante o fim de semana e segunda-feira (26). As Polícias Civil e Militar trabalham com a hipótese de que uma nova guerra entre facções criminosas possa estar ocorrendo na Região Metropolitana que abriga os municípios de Macapá e Santana.
No sábado (25), o adolescente de apenas 15 anos Cauê Wiliam, foi assassinado com 15 tiros no Bairro Novo Horizonte, na zona norte. No domingo (26), às 13h, Alberto Martins Barbosa Neto, de 17 anos, foi assassinado no Congós, zona sul.
Por volta de 15h30, na avenida Pedro Oliveira Gomes, no Nova Esperança, Max Júnior da Cunha Moraes, de 32 anos, que tem vários processos por tráfico de drogas, também foi assassinado.
Ainda no domingo, já na parte da noite, Iranildo da Costa da Gama, de 18 anos, foi morto na frente da arena poliesportiva do Bairro Hospitalidade (foto de capa), em Santana, por um homem que saiu de dentro de um carro e atirou no jovem várias vezes.
Além disso, no Conjunto Macapaba, os corpos de Wesley Vinícius Menezes dos Santos, de 18 anos, e de Anderson Moisés Costa Anselmo, de 31 anos, foram encontrados em horários e locais distintos do populoso habitacional da zona norte de Macapá.
No caso de Wesley, há um vídeo com uma gravação do momento da execução, e o corpo foi encontrado bem próximo ao novo Ciosp do Macapaba. A Polícia Civil já efetuou três prisões de acusados deste homicídio.
Sobre a onda de violência, o delegado da Decipe, César Àvila, foi enfático:
“É possível, não. Está ocorrendo [uma nova guerra de fações]. O que que acontece? No fim de semana morreu um integrante importante de uma facção, tava tendo, e aí apaziguou, quando foi o final de semana, mataram, e, aí, começou de novo o mata, mata”, declarou o delegado.
Já o tenente Josiagab, porta-voz da PM, também diz que a corporação não descarta a hipótese de nova guerra.
“A gente não descarta que seja um conflito entre as facções e todos os crimes estão com características de execução, de indivíduos armados com arma de fogo que chegavam e atiravam em uma vítima determinada e fugiam rapidamente, geralmente, com apoio de um carro ou de uma moto, não levavam nada do local e a gente descarta qualquer possibilidade de latrocínio. Então, provavelmente, tenha aí um confronto armado entre essas facções”, declarou o tenente.
Jovens sendo usados
O delegado César Ávila ainda fez questão de marcar sua crítica às facções, que segundo ele, acabam se utilizando da fragilidade e da vulnerabilidade social de centenas de jovens.
“As facções proliferam um discurso que são contra o sistema, que o sistema é opressor, mas eles se oprimem. Para você ver, eles só matam quem é faccionado, pode ver, não tá morrendo ninguém que não seja envolvido com facção. Os crimes são entre eles. Ou eles arrumam problema com as facções ou com a polícia. Eu digo a eles: vocês são usados pelas facções, porque vocês são descartáveis, vocês não valem nada para eles”, declarou o delegado.
Ele ressaltou o assassinato de Wesley no Macapaba, que foi morto pelos próprios “amigos” de crime organizado.
“Todos os integrantes que cometem o erro de entrar para essas organizações, ainda têm que pagar pra tal”, reforçou.